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Em entrevista ao UOL News nesta sexta-feira (1º), o vice-presidente do União Brasil em São Paulo, Junior Bozzella, defendeu uma aliança entre o ex-juiz Sergio Moro e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes nas eleições deste ano.
Ele disse também que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública está aberto a todas possibilidades para a eleição de 2022.
“Temos que ter inteligência emocional de todas forças políticas. Tem que parar de olhar para o seu projeto. E isso vale pro Moro, pro Ciro e para todos presidenciáveis. Sempre achei que Moro e Ciro poderiam estar no mesmo palanque. É uma opinião minha. Vi Alckmin se juntar com Lula. E na política tudo é possível, de acordo com a necessidade do momento. A gente tem uma avenida grande pela frente”, afirmou Bozzella, que também é deputado federal.
Outra aliança entre União Brasil e Ciro já foi especulada antes. O apresentador José Luiz Datena (agora ex-União Brasil) cogitou ser candidato a vice-presidente na chapa do pedetista.
Bozzela disse que nunca tinha escutado essa possibilidade e afirmou que tudo indica que Datena será candidato ao Senado. Neste caso Moro ficaria impedido de disputar uma vaga no Senado, já que ambos estão filiados ao mesmo partido e em São Paulo.
Bozzella destacou a humildade de Moro, que pode virar candidato a deputado federal. “O importante é que o Moro chegou com essa humildade, e o União Brasil abraçou ele”.
Moro já disse que abriu mão da pré-candidatura a presidente por enquanto. Bozzella admitiu que essa foi uma condição estabelecida para que Moro fosse aceito no União Brasil. Mas ressaltou que o ex-juiz terá poder de influenciar nas decisões do partido.
“Nesse campo democrático, quando você se submete a um partido onde você não tem o comando, está entendido que o partido vai ter o comando. Mas você não pode imaginar que um cidadão que tenha um ativo de 7% a 10% de intenções de voto (Sergio Moro) não vai ajudar o Bivar (presidente do União Brasil) nas tomadas de decisão. Está documentada a pré-condição de abrir mão da pré-candidatura presidencial. Mas o Bivar tem feito um trabalho hercúleo para unir o campo democrático, conversando com PSDB, MDB e demais candidatos”, disse o deputado.
Bozzella também comentou que a filiação de Moro é forma de protegê-lo, pois o partido entende que o sistema político tenta “amassar” o ex-juiz.
“Sempre defendi o apoio à candidatura do Moro, mesmo com ele no Podemos. Mas o jogo político é bruto. O sistema político não consegue digerir a figura pública do Moro. E ele partiu para um isolamento forte provocado pelo sistema. Há uma tentativa de amassar o Moro a todo instante. E aqui ele vai ter um porto seguro”, prometeu.