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Na manhã desta segunda-feira (18), o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) afirmou que não há o que apurar sobre os áudios do Superior Tribunal Militar (STM) que falam sobre tortura no regime militar.
Os áudios foram revelados pela jornalista Miriam Leitão no domingo (17).
“Vai apurar o quê? Os caras já morreram tudo. Vai trazer os caras do túmulo de volta?”, disse o general.
”Isso é história, já passou. Mesma coisa que a gente voltar na ditadura do Getúlio, né. São assuntos já escritos em livros e debatidos intensamente. Passado, faz parte da história do país”, continuou.
A reportagem da jornalista traz 10 mil horas de gravações feitas durante os 10 anos em que as sessões do STM foram gravadas, inclusive as secretas. As sessões ocorreram entre 1975 e 1985.
O historiador Carlos Fico teve acesso a elas e Miriam Leitão publicou os documentos em áudio. Os trechos inéditos mostram os ministros do tribunal falando sobre torturas.
Mourão ainda defendeu que, ao relembrar o episódio que matou e sumiu com ao menos 500 pessoas entre 1964 e 1988, deve-se ouvir os “dois lados”:
“Tem que conhecer a história. A história sempre tem dois lados a ser contados, né? Então, vamos lembrar: aqui houve uma luta, dentro do país, contra o Estado brasileiro por organizações que queriam implantar a ditadura do proletariado, que era um regime que na época atraía uma quantidade grande da juventude brasileira e também parcela da sociedade, mas que perderam essa luta”.
O general ainda comparou a ditadura militar no Brasil com o atual conflito diplomático entre Rússia e Ucrânia: