Política

Rui Costa nega “desconforto” com ministra do Turismo que fez campanha ao lado de miliciano condenado por homicídio

Foto: Reprodução

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Nesta quarta-feira (04), a ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a situação de Daniela Carneiro não provoca “desconforto” no governo até o momento. Em 2018, a nova ministra do Turismo fez campanha ao lado de um miliciano condenado por homicídio.

De acordo com Rui Costa, se “surgirem novas coisas, aí é outra história”: “Não tem até aqui nenhuma outra repercussão, nenhuma materialidade concreta sobre nada que crie nenhum tipo de desconforto até o momento. Se surgirem coisas novas, aí é outra história. Mas até aqui não tem nada que provoque nenhum tipo de desconforto, não”.

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ENTENDA

Em 2018, Juracy Alves Prudêncio, o “Jura”, aparece em fotos entregando santinhos ao lado de Daniela numa passeata na Baixada Fluminense.

Na época, “Jura” estava preso no semiaberto, conseguiu autorização judicial para sair da cadeia para trabalhar e ganhou o cargo de “Diretor do Departamento de Ordem Urbana na Prefeitura de Belford Roxo”, comandada pelo marido de Daniela, Wagner dos Santos Carneiro, o “Waguinho”.

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Na época, “Daniela do Waguinho” conseguiu ser eleita deputada federal.

Em nota, ela afirmou que “apoio político não significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato ilícito”.

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A ministra, o marido e o miliciano também posaram juntos para fotos feitas em outros momentos, como uma festa infantil.

De acordo com as sentenças que condenaram o ex-sargento da PM entre 2010 e 2014, Jura era chefe do Bonde do Jura, uma milícia acusada de uma série de homicídios na Baixada Fluminense.

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Jura está preso desde 2009, quando foi o principal alvo da Operação Descarrilamento, da Draco, que prendeu 9 PMs acusados de integrar a milícia que ele chefiava.

Em 2020, o miliciano ganhou um cargo na prefeitura de Belford Roxo — o que motivou sua exoneração.

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Em seguida, uma investigação determinada pela Vara de Execuções Penais descobriu que ele saía da cadeia, mas não comparecia na prefeitura e, mesmo assim, “lhe eram atribuídas as horas trabalhadas”.

Jura também foi citado no relatório final da CPI das Milícias, presidida pelo então deputado estadual Marcelo Freixo.

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O documento já apontava que o bando liderado pelo ex-PM “era formado por 70 pessoas, incluindo policiais militares”.

Ameaças feitas pela milícia levaram à transferência de 6 policiais e até do delegado da 56ª DP (Comendador Soares), que investigava o bando.

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Uma policial foi afastada do trabalho após ser diagnosticada com síndrome do pânico.

Prudêncio é condenado pelo homicídio de um desafeto da milícia. O crime aconteceu no dia 27 de maio de 2007.

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A vítima, Paulo Ricardo Soares da Silva, de 16 anos, foi executada a tiros dentro de um bar em Nova Iguaçu.

No último dia 13 de dezembro, a Justiça fluminense negou o pedido de Prudêncio para visitar a família no Natal. De acordo com a decisão, Jura “atuaria, inclusive, na área política, ameaçando moradores das localidades em que atuava a votarem nele”.

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