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O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) encaminhou uma notícia-crime à Polícia Federal (PF) solicitando abertura de inquérito para apurar doações eleitorais feitas pelo novo juiz da Lava Jato, Eduardo Fernando Appio, ao então candidato à Presidência Lula (PT) e à deputada estadual Ana Júlia Pires (PT), no último ano.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o magistrado realizou duas doações: uma de R$ 13 para a campanha de Lula e outra de R$ 40 para a campanha da parlamentar.
Dallagnol afirma que após a divulgação das doações, o juiz federal veio a público e negou ter realizado doações a qualquer candidato.
Na peça, o deputado cita negativas do magistrado sobre os questionamentos envolvendo as supostas doações.
“Em todos os demais veículos de comunicação a que prestou esclarecimentos, o juiz federal manteve a negativa veemente de que tivesse feito qualquer doação, tendo indicado, ainda, que buscaria informações sobre o ocorrido junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná ou ao Tribunal Superior Eleitoral”, diz Deltan na notícia-crime.
O ex-coordenador da Lava Jato diz também que vê “possível prática criminosa”, constituindo prova de doação eleitoral fraudulenta realizada em nome de terceiros, sem o consentimento do juiz, “a revelar um possível esquema de utilização de interpostas pessoas (laranjas) para financiamento coletivo de campanhas eleitorais em benefício de candidatos do PT”.
“Além do mais, se constatada a existência de esquema ilícito de financiamento coletivo de campanhas eleitorais via ‘laranjas’, afigura-se necessário investigar também a origem dos valores utilizados para os repasses eleitorais, diante da possibilidade de que tenham origem ilícita e estejam sendo ‘lavados’ por meio das doações, a configurar, potencialmente, o crime de lavagem de dinheiro”, explica.
Ainda segundo Dallagnol, há indícios de crime de falsidade ideológica, caso o juiz não tenha de fato realizado as doações.
“A suposta doação pode ser usada para lançar dúvidas sobre a imparcialidade da atuação do juiz e da própria Justiça Federal”, afirma o deputado na ação.