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Nesta segunda-feira (26), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse ver uma mudança na ordem política global que disputa com a hegemonia exercida por Europa e Estados Unidos (EUA).
De acordo com ele, atualmente há um deslocamento de poder para Ásia. Dino classificou isso como um risco para a democracia mundial.
O ministro de Lula está em Portugal para participar do 11º Fórum Jurídico de Lisboa. Ele participou do painel “Riscos para o Estado de Direito e Defesa da Democracia”.
Em sua fala, Flávio Dino declarou que os países asiáticos não “vivenciam” modelos “assentados na democracia ocidental”, como sistemas baseados em múltiplos partidos políticos e realização de eleições.
O ministro da Justiça também disse sobre o papel das redes sociais e da IA na democracia e na defesa do Estado de Direito.
Flávio Dino questionou se as mídias trazem “libertação e emancipação” ou podem, em certa medida, transformar todos em “escravos” dos algoritmos, do consumismo exacerbado e do controle de ideias.
De acordo com o ministro, a IA apresenta um risco pois não é “isenta de vieses”: “E esses vieses ganham materialidade quando penetram na consciência das pessoas”, afirmou.
“Não podemos abrir mão da regulação”, disse Dino questionando o motivo pelo qual se aceita que a IA e os algoritmos “podem fazer qualquer coisa” e “qualquer tentativa de regulação é classificada como censura”.
De acordo com Flávio Dino, a capacidade do mercado se autorregular representa um perigo para o Estado de Direito, assim como o que classificou como “o fim da convergência ao centro” e o fortalecimento do extremismo.
Há um aparato institucional que disciplina os extremos, segundo o ministro da Justiça.