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O empresário e ex-jogador de futebol Ronaldo de Assis Moreira, o Ronaldinho Gaúcho, negou nesta quinta-feira (31) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras que seja fundador ou sócio da empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda.
Ronaldinho conseguiu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar em silêncio durante a oitiva. Na semana passada, o irmão dele, Roberto de Assis Moreira, prestou depoimento ao colegiado e afirmou que o ex-jogador não tinha comparecido à CPI por causa de problemas com o voo de Porto Alegre (RS) a Brasília (DF).
“Eu nunca fui sócio da empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda. Os sócios de tal empresa são os senhores Raphael Horácio Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino. Eles utilizaram indevidamente meu nome para criar a razão social dessa empresa”, afirmou. “Inclusive, já fui ouvido pelo Ministério Público de São Paulo e pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na condição de testemunha”, complementou.
O Ministério Público Federal (MPF) revelou em outubro de 2019 que a empresa em questão, a 18k Ronaldinho, operava uma pirâmide financeira, esquema ilegal em que pessoas são atraídas a investir na expectativa de obter altos rendimentos. A empresa prometia lucros de até 400% ao mês por meio de investimento em criptomoedas.
A CPI investiga a atuação de empresas de pirâmide financeira no Brasil. O colegiado já ouviu o empresário Marcelo Lara, que é sócio da 18k Ronaldinho. Lara afirmou que Ronaldinho é apenas um garoto-propaganda da empresa e que não tem qualquer participação na administração dela.
Segundo Ronaldinho, ele assinou um contrato com a empresa americana 18k Watch Corporation, para a criação de uma linha de relógios com sua imagem. Já em julho de 2019, ele assinou outro contrato com a empresa brasileira 18k Watch Comércio Atacadista e Varejista de Negócios, de propriedade de Marcelo Lara, autorizando o uso de sua imagem para outros produtos além do relógio, mas esse contrato foi rescindido em outubro de 2019.
Conforme Ronaldinho, em 2020 chegou ao conhecimento do seu irmão, Roberto de Assis Moreira, que a sua imagem estava sendo usada, indevidamente, pela empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda, que fazia compra e venda de moedas bitcoins. “Nunca foi autorizado que essa empresa utilizasse meu nome e minha imagem”, reiterou.
Ronaldinho relatou que encontrou Marcelo Lara, sócio da 18k Ronaldinho, duas vezes, em dias de gravação das propagandas de relógio, e que nunca se encontrou com Rafael Horácio, outro sócio da empresa.
O ex-jogador também disse que não processou a empresa por uso indevido de imagem porque isso seria de responsabilidade do seu irmão. Ele também disse que não permaneceu em silêncio durante o depoimento da CPI por medo de se prejudicar, mas porque não tinha conhecimento de muitas das informações que foram apresentadas.
Ronaldinho disse que ficou triste pelas pessoas que foram enganadas pela empresa 18k Ronaldinho e que gostaria de poder ajudar de alguma forma. Ele também disse que espera que os responsáveis pela empresa sejam punidos.
A CPI das Pirâmides Financeiras investiga esquemas de pirâmides financeiras com o uso de criptomoedas. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao todo, 11 empresas teriam realizado fraudes utilizando moeda digital.