Política

O que você precisa saber sobre o depoimento do sócio da 123milhas à CPI das Pirâmides Financeiras

Sócio e Administrador da 123Milhas - 123 Millhas, Ramiro Júlio Soares Madureira- Bruno Spada/Câmara dos Deputados

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Em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, Ramiro Madureira, um dos proprietários da 123milhas, discutiu vários aspectos relacionados à empresa, que recentemente entrou em recuperação judicial.

Madureira explicou que a empresa suspendeu a emissão de passagens da linha promocional, iniciada em abril de 2022, devido a desafios inesperados nos preços das passagens e ao fluxo de novas compras que não atendeu às expectativas. Segundo ele, esperavam que o custo das promoções diminuísse com o tempo, mas o mercado de aviação se comportou de maneira contrária, permanecendo como se estivesse em alta temporada.

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O empresário também destacou que a 123milhas está comprometida com a continuidade de suas operações, visando ressarcir os 150 mil clientes que tinham viagens programadas para 2023, bem como aqueles que compraram passagens para 2024, embora o número exato ainda não seja conhecido.

Para compensar os clientes afetados, Ramiro Madureira revelou que haverá uma reunião com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) do Ministério da Justiça na próxima semana. Prioridades serão definidas, especialmente para aqueles que necessitam viajar por motivos de saúde.

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Além disso, a empresa também está considerando demissões adicionais em suas operações, já que enfrentou dificuldades durante a crise, demitindo cerca de 400 funcionários de um total de 1.300.

Durante a audiência, houve discussões sobre a venda de milhas pela empresa e a relação com a Hotmilhas, uma associada do grupo. O depoente não forneceu respostas diretas, invocando um habeas corpus do STF que lhe concedia o direito de não responder a perguntas que o incriminassem.

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O presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro, questionou sobre clientes que venderam milhas para a empresa e não receberam pelo serviço, observando que a 123milhas apenas intermediava essa transação. A resposta direta foi evitada, de acordo com a orientação do advogado.

No final, Ramiro Madureira pediu desculpas pelos transtornos causados aos clientes e destacou a longa trajetória da empresa, que representou 10% das passagens emitidas no país em 2021.

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Outro ponto discutido foi a venda de milhas pela empresa Hotmilhas, onde e-mails que pediam aos clientes para não informar às companhias aéreas sobre a venda de milhas foram lidos. A dona da Hotmilhas, Tânia Madureira, não comentou o tema por orientação do advogado, mas mencionou que as companhias aéreas não permitem a venda de milhas e entraram na Justiça contra a Hotmilhas, embora a empresa tenha obtido ganho de causa na Justiça.

Sócia da Hot Milhas – Hot Milhas – Art Viagens e Turismo LTDA, Tânia Silva Santos Madureira- Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

Em uma parte separada do depoimento, Max Oliveira, fundador da Maxmilhas, esclareceu que a empresa foi vendida para a Novum, que também controla a 123milhas, em 2022. Ele afirmou que a Maxmilhas opera de forma independente e pretende cumprir suas obrigações, apesar dos reflexos da crise da 123milhas.

Diretor-Executivo da MaxMilhas – MaxMilhas, Max Gaudereto Oliveira (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

A audiência proporcionou uma visão abrangente das complexidades envolvidas nas operações da 123milhas, suas relações com outras empresas e os desafios enfrentados durante a crise.

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