Política

Lula critica Bolsonaro por joias sauditas, mas mantém presentes de luxo em seu acervo

Brasília (DF), 01/06/2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante declaração à imprensa após reunião com o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, no Palácio do Itamaraty. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Em 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que todos os presentes recebidos pelo presidente durante viagens oficiais deveriam ser incluídos no patrimônio da União. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que havia sido criticado por usar o caso das joias sauditas para atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), devolveu 453 itens, no valor de mais de R$ 2,2 milhões, incluindo esculturas, quadros, tapetes, vasos, louças e outros objetos.

No entanto, a lista de objetos devolvidos parece estar incompleta, pois o jornal O Estado de São Paulo teve acesso a registros do acervo privado de Lula, que mostram que ele ficou com três relógios de luxo e um colar de ouro branco. Esses itens foram presenteados pelo governo da França em 2005 e pela Citic Group Corporation da China em abril de 2004.

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A Presidência da República afirmou, em nota, que não há irregularidades e que Lula não vendeu nenhum dos presentes que recebeu. O TCU determinou a devolução de presentes de grande valor, mas não incluiu artigos de uso pessoal, como roupas e acessórios, na lista de devolução.

Após a devolução parcial do acervo de Lula, o processo foi arquivado pelo TCU. Apesar de não terem sido encontrados oito itens no valor de R$ 11,7 mil, o Tribunal considerou que esse montante era irrelevante.

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Ao todo, Lula recebeu 9.037 itens, incluindo os presentes, durante seus dois primeiros mandatos. Esses objetos foram armazenados por cinco anos pela empreiteira OAS, ao custo de R$ 1,3 milhão, sendo que diretores da empresa foram condenados por corrupção junto com Lula na Lava Jato em 2017.

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