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Em 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que todos os presentes recebidos pelo presidente durante viagens oficiais deveriam ser incluídos no patrimônio da União. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que havia sido criticado por usar o caso das joias sauditas para atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), devolveu 453 itens, no valor de mais de R$ 2,2 milhões, incluindo esculturas, quadros, tapetes, vasos, louças e outros objetos.
No entanto, a lista de objetos devolvidos parece estar incompleta, pois o jornal O Estado de São Paulo teve acesso a registros do acervo privado de Lula, que mostram que ele ficou com três relógios de luxo e um colar de ouro branco. Esses itens foram presenteados pelo governo da França em 2005 e pela Citic Group Corporation da China em abril de 2004.
A Presidência da República afirmou, em nota, que não há irregularidades e que Lula não vendeu nenhum dos presentes que recebeu. O TCU determinou a devolução de presentes de grande valor, mas não incluiu artigos de uso pessoal, como roupas e acessórios, na lista de devolução.
Após a devolução parcial do acervo de Lula, o processo foi arquivado pelo TCU. Apesar de não terem sido encontrados oito itens no valor de R$ 11,7 mil, o Tribunal considerou que esse montante era irrelevante.
Ao todo, Lula recebeu 9.037 itens, incluindo os presentes, durante seus dois primeiros mandatos. Esses objetos foram armazenados por cinco anos pela empreiteira OAS, ao custo de R$ 1,3 milhão, sendo que diretores da empresa foram condenados por corrupção junto com Lula na Lava Jato em 2017.