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Parlamentares da oposição pediram nesta terça-feira (19) a suspensão da relatora da CPMI do 8 de Janeiro, Eliziane Gama (PSD-MA), sob a justificativa de parcialidade. O presidente do colegiado, Arthur Maia (União-BA), negou ter poder para decretar tal medida e acusou os solicitantes de tentar influenciar a opinião pública. Eliziane, por sua vez, chamou o movimento de manobra que não vai prosperar.
O pedido, feito por meio de uma questão de ordem, foi lido pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF). O senador argumentou que a conduta de um relator que possa comprometer a imparcialidade e a integridade de uma investigação pode ser questionada com base em princípios éticos e nas regras gerais de funcionamento das Casas Legislativas.
“A conduta de um relator que possa comprometer a imparcialidade e a integridade de uma investigação pode ser questionada com base em princípios éticos e nas regras gerais de funcionamento das Casas Legislativas”, justificou o senador. “Apresento questão de ordem para suscitar a suspensão da relatora dessa comissão parlamentar, uma vez que sua imparcialidade resta comprometida, e, por conseguinte, promover o afastamento”, acrescentou.
Maia sustentou que não encontrou, no pedido, nenhuma punição que possa ser dada pelo presidente da CPMI a quem quer que seja. O presidente afirmou que a cobrança é política e tem o objetivo de colocar a opinião pública contra ele. Por fim, Maia sugeriu que a oposição recorresse à Justiça.
A oposição sustenta que Eliziane teria preparado previamente as perguntas feitas por ela ao general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. Eliziane chamou o movimento de manobra que não se sustenta.
A relatora afirmou que os depoimentos são previamente agendados e que ela sempre questiona os depoentes. Eliziane também negou que tenha um parecer pronto antes mesmo de ouvir os depoentes.
A oposição acusa a relatora de favorecer o atual governo. Por isso, o grupo trabalha na elaboração de um relatório paralelo, que deve alegar omissão por parte da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao não impedir as invasões dos prédios dos Três Poderes.