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Em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (05), o senador Sergio Moro rebateu o empresário e ex-delator condenado Tony Garcia e afirmou que não autorizou a gravação de magistrados enquanto juiz federal.
“Nunca autorizei gravação ou medida investigatória contra magistrados do Poder Judiciário, seja da Justiça Federal, seja do TRF-4 ou seja do STJ. Quem afirma isso, e esse colaborador tem afirmado isso, mente, porque nunca houve nenhuma medida investigatória. O que nós fizemos foi responsabilizar advogados que vendiam, sem que tivessem contato com os magistrados, vendiam decisões judiciais, para ajudar a limpar a imagem do Judiciário que estava sendo comprometida por esse indivíduo”, disse Moro na entrevista.
O ex-juiz da Lava Jato também afirmou que “nunca foi feito nenhuma medida de investigação contra autoridades do Poder Judiciário”.
“São fatos de 20 anos atrás, essa é uma investigação que foi feita 20 anos atrás, havia um quadro diferente da jurisprudência no entendimento jurídico. O que é o resumo do caso? Esse individuo, esse ex-deputado, ele fraudou um consórcio, o consorcio Garibaldi, e o Ministério Público fez um acordo com ele, eu homologuei esse acordo, e o principal objetivo era restituir dinheiro a 4.500 consorciados que tinham sido lesionados. Esse individuo falou nessa ocasião que teria pago advogados para obter decisões judiciais favoráveis a pretexto de influenciar em magistrados, no Poder Judiciário. Nós desconfiávamos da versão dele e entendíamos o seguinte: enquanto não houver algum indício concreto de que tem envolvimento de fato de um magistrado, não tem que declinar competência. Era assim que foi feito na época. E de fato foi feita a investigação, esse individuo depois, alguns desses advogados que ele havia contatado foram processados por tráfico de influência sem que houvesse nenhuma acusação contra nenhum magistrado”, completou Moro na conversa.
Tony Garcia acusou Moro de pedir grampos contra autoridades com foro privilegiado e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) anulação de processos que o envolvem. O processo está com o ministro Dias Toffoli.
O ex-delator afirma que o hoje senador de não ter atuado com imparcialidade nos processos e de ter determinado que ele grampeasse autoridades em busca de provas para casos que não tinha relação com o seu.