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Na manhã desta quinta-feira (4), o Ministro da Justiça e Segurança Pública em exercício, Ricardo Cappelli, assegurou que não há possibilidade de repetição das manifestações ocorridas em 8 de janeiro do ano passado. Durante a assinatura do plano de segurança em parceria com o governo do Distrito Federal para o ato em defesa da democracia, marcado para a próxima segunda-feira (8), Cappelli destacou a inaceitabilidade do que ocorreu no ano anterior.
“Aquilo [que aconteceu ano passado] foi inaceitável. O Brasil é um país rico e democrático. Aqui todo mundo vota em quem quiser. Todo mundo manifesta a sua preferência política, ideológica, livremente. E é ótimo que seja assim. Agora não se confunde mais o que é manifestação democrática e tentativa de golpe de estado”, afirmou o ministro.
Ricardo Cappelli foi designado como interventor da capital pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos primeiros dias das investigações sobre os atos antidemocráticos. Ele assumiu temporariamente o Ministério da Justiça devido às férias do titular, Flávio Dino, que deixará o cargo no próximo mês para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal a partir de 22 de fevereiro.
O ministro enfatizou que a democracia não deve ser confundida com ataques aos poderes ou depredação do patrimônio público, tanto material quanto imaterial. “Eu digo que não há hipótese de se repetir porque a reação da sociedade e dos Três Poderes foi muito forte e estabeleceu um limite muito claro do que é aceitável em um estado democrático de direito”, declarou Cappelli.
Em conjunto com a governadora em exercício do DF, Celina Leão, o ministro afirmou que estão trabalhando de forma integrada no monitoramento de segurança para os eventos do 8 de Janeiro deste ano. O plano de atuação, assinado nesta manhã, incluiu a entrega, pelo Ministério da Justiça, de recursos como 20 viaturas, drones, armamentos, cartuchos e trajes para a segurança pública do DF, totalizando um investimento de R$ 3,6 milhões.
Até o momento, não há previsão de fechamento total de vias ou de manifestações contrárias à cerimônia organizada pelos Três Poderes para esta segunda. Cappelli informou que o fechamento das vias se iniciará a partir da Avenida Presidente José Sarney, próximo ao Congresso Nacional, contando com tropas especializadas e, se necessário, linhas de revista.
Apesar de não identificar ameaças à segurança do evento marcado para o próximo dia 8 de janeiro, mais de 2 mil policiais militares do Distrito Federal devem realizar o patrulhamento ostensivo em Brasília nesse dia. O número representa um aumento significativo em relação ao último 8 de janeiro, quando foram empregados 580 PMs na Esplanada, conforme relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou os atos golpistas daquele dia.