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A 5ª reunião ministerial do 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) transcorreu com críticas à “tentativa de golpe” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), destaque para os indicadores positivos do governo e chamados à atenção para o que chamaram de “pessimismo” da mídia. O encontro, que estava programado para iniciar às 9h, teve início por volta de 9h45, com o presidente discursando por cerca de 15 minutos. Em seguida, Rui Costa (Casa Civil) apresentou as ações do governo, gastando aproximadamente uma hora em sua exposição, que destacava um cenário sem falhas governamentais.
A reunião teve início com uma mensagem enfática sobre a obrigação da equipe em evidenciar as ações dos últimos 13 meses. “Se as pessoas não falam bem de nós, ou bem das coisas que fizemos, nós é que devemos falar”, ressaltou o presidente.
Um dos momentos mais tensos foi a cobrança por dados relacionados à dengue direcionada à ministra Nísia Trindade. Pelo menos oito estados e o Distrito Federal já entraram em estado de emergência. Lula solicitou ações mais eficazes do Ministério da Saúde.
Outro ponto levantado por Lula foi a necessidade de mais agilidade na liberação de emendas pela pasta. A base e o centrão têm argumentado que a gestão de Nísia é uma das mais “fechadas” da Esplanada, enquanto aliados tentam contemporizar, destacando o “perfil técnico” da ministra. No entanto, segundo fontes, Lula transmitiu sua preocupação e ouviu as ações e propostas da ministra.
Lula também tem reiterado ao longo de seu mandato que as realizações do governo não chegam à população. Durante os encontros, ele costuma salientar que o governo alcançou diversas conquistas em diferentes setores, mas que o povo não percebe essa “sensação”.
A reunião teve um tom “leve, mas enfático”, segundo participantes. Lula fez considerações sobre comunicação, pedindo um esforço conjunto dos ministérios para que cada um saiba comunicar, “traduzir”, suas ações. Para ele, o ponto é que muitas vezes a população não entende que determinadas melhorias de vida são provenientes do governo.
Lula cobrou também que os ministros intensifiquem suas viagens, mesmo sem novos projetos. O presidente acredita que há um “portfólio robusto” de ações de governo e que seria útil se os ministros mostrassem pessoalmente, juntamente com a base, essas melhorias.
Após o encontro, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, mencionou o que chamou de “efeito aerossol”. “Quando se pulveriza demais a comunicação das conquistas, as pessoas não percebem que o aerossol foi acionado”, comparou o ministro.
Foco na Economia
Os dados econômicos, em particular, chamaram a atenção nas pesquisas divulgadas. De acordo com a Quaest, o número de brasileiros que acreditam que a economia piorou neste governo subiu de 31% em dezembro para 38% em março.
O governo atribui a alta nos preços dos alimentos como a principal causa e já adotou um plano de emergência. Na semana passada, ministros das áreas de economia e agricultura se reuniram para discutir a questão e estabelecer prazos: garantiram uma queda até o próximo mês.
Rui iniciou sua apresentação na reunião, após Lula, com esses dados. Ele destacou algumas realizações de 2023:
- Menor taxa de desemprego desde 2015 (7,8%);
- Aumento do salário mínimo acima da inflação após cinco anos;
- Aumento do valor médio pago pelo Bolsa Família (R$ 680,60), com maior número de beneficiários (55,7 milhões);
- Ampliação da Farmácia Popular e do repasse do Fundo Nacional de Saúde para estados e municípios.