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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que a interrupção do ciclo de corte de juros pela instituição, em junho deste ano, “tem a ver muito mais com ruídos que nós criamos do que com os fundamentos [econômicos]”. A fala foi feita durante palestra no Forum on Central Banking, promovido pelo Banco Central Europeu (ECB), em Portugal (Sintra).
“Isso [interrupção dos cortes de juros] tem a ver muito mais com ruídos que nós criamos do que com os fundamentos [da economia]. E os ruídos estão relacionados com dois canais: um é a expectativa do caminho da política fiscal [arrecadação e gastos públicos], e o outro é a expectativa sobre o futuro da política monetária [decisões sobre a taxa de juros]. Então quando você tem esses dois [ruídos] ao mesmo tempo, criou-se uma incerteza suficiente que, para nós, precisávamos interromper e ver como podíamos arrumar esse canal, e como nós podemos nos comunicar melhor para eliminar esses ruídos”, disse Campos Neto, que não detalhou quem criou os ruídos citados, nesta terça-feira (02).
“O que aconteceu no Brasil é que as expectativas começaram a subir apesar de os dados correntes [de inflação] estarem vindo conforme o esperado”, explicou Campos Neto.