Política

CCJ do Senado pode votar hoje projeto de lei que dificulta a soltura de presos preventivos

Foto: Vero_vig_050/Pixabay

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Um projeto de lei que visa restringir a liberação de presos antes do julgamento, proposto pelo ministro do STF Flávio Dino e com apoio de Sergio Moro (União-PR), está programado para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal nesta quarta-feira (10).

O texto foi incluído na pauta da CCJ na última quinta-feira (04), mas foi retirado a pedido de Moro para permitir que os colegas tivessem mais tempo para analisar o relatório. Ele foi reintroduzido hoje como um item extra na agenda.

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Apresentada por Dino no início deste ano, quando ele reassumiu seu mandato como senador antes de sua nomeação para o STF, a proposta estabelece critérios específicos para os juízes considerarem a periculosidade dos indivíduos ao decidir sobre a soltura durante a prisão preventiva.

Esses critérios incluem participação em organizações criminosas, uso repetido de violência ou grave ameaça, a quantidade, natureza e variedade de drogas, armas ou munições apreendidas, além do receio fundamentado de reincidência, baseado na existência de outros inquéritos ou processos criminais em curso.

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“Esses quesitos, em geral, apontam um comportamento do imputado que requer mais atenção e controle das autoridades públicas, especialmente no curso das investigações”, justifica Dino no projeto.

O projeto de lei também enfatiza que a prisão não deve ser baseada em alegações abstratas, determinando que esses critérios sejam analisados já na audiência de custódia.

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Escolhido para relatar, Sergio Moro deu parecer favorável ao projeto: “O percentual elevado dos presos em flagrante beneficiados com solturas, de cerca de 39%, e casos como os mencionados, com a falta de decretação da prisão preventiva de pessoas presas por crimes graves ou por infrações penais repetidas, têm gerado a percepção da opinião pública de que as audiências de custódia geram impunidade, o que tem sido amplamente explorado pela imprensa”.

Moro também argumenta que o problema não reside nas audiências de custódia em si, mas na ausência de critérios mais precisos para guiar o juiz. Além disso, ele propôs algumas adições significativas. O senador introduziu a premeditação do crime como um critério e recomendou que essa análise se aplique também às prisões em flagrante, não se restringindo apenas às preventivas.

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