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“Nunca, tantos tiveram tão pouco, e tão poucos concentraram tantas riquezas. Nada é tão absurdo e inaceitável quanto a persistência da fome e da pobreza, quando temos à disposição tanta abundância. Esta é uma constatação que pesa na nossa consciência. Nenhum tema é mais desafiador e atual para a humanidade”, afirmou Lula em seu discurso.
De acordo com o presidente petista, acabar com esses dois males é uma questão de escolha. “A fome não resulta apenas de fatores externos. Ela decorre, sobretudo, de escolhas políticas”. Em outro trecho, Lula resumiu: “Não podemos naturalizar tais disparidades”.
Após ser apresentado pelo ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, como “a voz da esperança”, o petista iniciou seu discurso criticando o oportunismo, justificado por preconceitos e interesses, que mantém a pobreza e a fome no plano internacional.
Além de ter sido o autor da proposta de criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, enquanto líder da Presidência brasileira do G20, Lula chegou ao encontro amparado pelo relatório da ONU, divulgado no mesmo dia, que atesta a drástica redução da fome no Brasil nos últimos 19 meses.
O petista criticou “falsas teorias” que atribuem a miséria à “indolência inata”, enquanto fazem da pobreza um bom negócio. “Muitos viam os pobres como mal necessário e mão de obra barata para produzir as riquezas das oligarquias”.
Assim, prosseguiu Lula, a pobreza tem sido tratada apenas um “estorvo” que, “quando muito”, era enfrentada com “medidas paliativas”.
Ao fazer menção às altas taxas de concentração de renda, o discurso de Lula evoca paralelo com uma declaração de guerra. Winston Churchill, primeiro-ministro quando da entrada da Grã-Bretanha na 2ª Guerra Mundial, havia declarado “nunca tantos deveram a tão poucos”. Aqui, como um chamado à comunidade internacional para o combate ao principal mal que assola o mundo, Lula inverteu a fórmula.