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Neste domingo (28/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, reiterando seu compromisso com a responsabilidade fiscal e destacando realizações de seu governo. Lula afirmou que aprendeu com sua mãe a não gastar mais do que ganha e defendeu os avanços obtidos em seus 18 meses de mandato, ressaltando a reintegração do Brasil no cenário internacional.
O presidente mencionou a aprovação da reforma tributária, que, segundo o governo, visa simplificar a economia e reduzir o preço de alimentos e produtos essenciais, como a carne. Lula também destacou a recuperação da indústria brasileira, com investimentos significativos nos setores automobilístico, siderúrgico, alimentício e de celulose.
Durante o discurso, Lula abordou a revisão dos gastos públicos e a alta do dólar, afirmando que a responsabilidade fiscal será mantida. O governo está assegurando recursos federais para o Rio Grande do Sul, conforme declarado pelo presidente.
O pronunciamento seguiu o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para alinhar os gastos às novas metas fiscais. Segundo Haddad, serão R$ 11,2 bilhões bloqueados e R$ 3,8 bilhões contingenciados para garantir o cumprimento das metas fiscais até o final do ano.
Eis a íntegra o discurso na íntegra
“Meus amigos e minhas amigas, acabamos de completar um ano e meio de governo, graças a Deus e à confiança do povo. É hora de prestar contas a cada família brasileira.
Quando terminei o segundo mandato, há 14 anos, a economia crescia mais de 4% ao ano. A geração de empregos, o salário e a renda das famílias aumentavam, e a inflação caía. Tiramos o Brasil do mapa da fome. De lá para cá, assistimos a uma enorme destruição no nosso país.
Programas importantes para o povo, como a Farmácia Popular e o Minha Casa Minha Vida, foram abandonados. Cortaram os recursos da educação, do SUS e do meio ambiente. Espalharam armas ao invés de empregos. Trouxeram a fome de volta. Deixaram a maior taxa de juros do planeta. A inflação disparou e atingiu 8,25%.
O Brasil era um país em ruínas. Diziam defender a família. Mas deixaram milhões de famílias endividadas, empobrecidas e desprotegidas.
Mas é sobre reconstrução e futuro que eu quero falar. Antes mesmo de começarmos a governar, tivemos que buscar recursos para cobrir o rombo bilionário deixado pelo governo anterior. Apostavam que o crescimento do PIB não passaria de 0,8%, mas crescemos quase 3% no ano passado, e vamos continuar crescendo.
O salário-mínimo voltou a ter aumento acima da inflação. E quase 90% das categorias profissionais tiveram aumento real de salário. Aprovamos a igualdade salarial entre homens e mulheres. A inflação está sob controle, e caindo. Mais de 2 milhões e 700 mil empregos foram criados e a taxa de desemprego é a menor em 10 anos.
Isentamos do imposto de renda quem ganha até dois salários mínimos. 24 milhões de pessoas ficaram livres do pesadelo da fome. Reforçamos o SUS. A Farmácia Popular está de volta, e agora com novos remédios de graça. O Mais Médicos praticamente dobrou, com 25 mil médicos atendendo em todo o país.
Aumentamos o número de vagas nas creches, ampliamos os recursos para as universidades e estamos abrindo 100 novos Institutos Federais. Lançamos o Pé de Meia, uma poupança para dar às famílias a certeza de que seus filhos não serão obrigados a abandonar a escola para trabalhar.
Já garantimos 1 milhão de novas vagas no ensino em tempo integral. Para dar aos pais e às mães a tranquilidade de saberem que seus filhos passam o dia em segurança na escola. A proteção do meio ambiente voltou a ser prioridade, e reduzimos em 52% o desmatamento na Amazônia. Resgatamos as políticas de proteção dos direitos das mulheres, do povo negro, dos indígenas, das pessoas com deficiência e LGBTQIA+.
O Brasil se reencontrou com a civilização. Minhas amigas e meus amigos, lançamos o maior Plano Safra da história para financiar a agricultura.
O Novo PAC está destinando grandes investimentos para obras de infraestrutura, ferrovias, rodovias, energia, drenagem e prevenção de riscos, policlínicas, creches e escolas.
A Petrobrás está produzindo mais e importando menos. Combatemos o crime organizado com apreensão recorde de armas, drogas, dinheiro e equipamentos de garimpo ilegal.
Meus amigos e minhas amigas, estou mais otimista do que nunca. Queremos um Brasil que cresça para todas as famílias brasileiras. Não abrirei mão da responsabilidade fiscal. Entre as muitas lições de vida que recebi de minha mãe, dona Lindu, aprendi a não gastar mais do que ganho. É essa responsabilidade que está nos permitindo ajudar a população do Rio Grande do Sul com recursos federais. Aprovamos uma reforma tributária que vai descomplicar a economia e reduzir o preço dos alimentos e produtos essenciais, inclusive a carne.
Depois de anos de estagnação, a indústria brasileira está voltando a ser o motor do desenvolvimento. Com investimentos recordes na indústria automobilística, de siderurgia, de alimentos e de celulose. Isso significa mais empregos, salários e oportunidades para nosso povo.
Já temos uma das matrizes de energia mais limpas do mundo. Demos início à transição energética, ampliando os investimentos em biocombustíveis, hidrogênio verde e geração de energia solar, eólica e de biomassa. Seremos uma potência mundial em geração de energia renovável e no enfrentamento à crise climática.
Abrimos 163 novos mercados internacionais para nossos produtos. Nossas exportações bateram recordes. O Brasil recuperou seu protagonismo no cenário mundial. Participamos de todos os principais fóruns internacionais.
O Brasil voltou ao mundo, e o mundo agora vai passar pelo Brasil. Em novembro vamos sediar a reunião de cúpula do G-20, o grupo das economias mais importantes do mundo. Vamos colocar no centro do debate internacional a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Não podemos nos calar diante de um drama que afeta a vida de 733 milhões de homens, mulheres e crianças em todo o mundo. Para tornar o mundo mais justo, estamos levando para o G-20 a proposta de taxação dos super-ricos, que já conta com a adesão de vários países. Ano que vem vamos sediar a reunião dos BRICS e receberemos a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP-30, em Belém.
Chegou a hora de trazer o debate sobre o futuro do planeta para o coração da Amazônia. Este é o resultado de uma diplomacia ativa e altiva: o mundo voltou a acreditar no Brasil, na capacidade do nosso povo e em nosso compromisso com a democracia.
Minhas amigas e meus amigos, toda mãe e todo pai sabem a dificuldade que é cuidar de uma família. Garantir que os filhos tenham uma boa alimentação, saúde, educação, segurança e um futuro melhor.
Para mim, governar é cuidar de milhões de famílias. É o que venho fazendo desde o início do meu governo.
Hoje o que falta ao mundo é paz, solidariedade e humanismo. Estamos prontos para dar o exemplo de que aqui, no Brasil, a inclusão social, a fraternidade, o respeito e o amor são capazes de vencer o ódio.
Boa sorte ao Brasil e ao povo brasileiro.
Muito obrigado.“