Política

Símbolo da Lava Jato, Petrobras inaugura Comperj 16 anos após o início das obras

Foto: Reprodução/TV Brasil

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A Petrobras inaugurou nesta sexta-feira (13), em Itaboraí (RJ), o Complexo de Energias Boaventura, novo nome dado ao antigo Comperj, obra emblemática da Operação Lava Jato. A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O complexo foi inaugurado com apenas uma estrutura em funcionamento: a unidade de processamento de gás, que receberá o insumo do pré-sal por meio do gasoduto Rota 3. A unidade opera como uma refinaria de gás, processando o insumo conforme especificações técnicas.

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A inauguração visa solucionar um dos gargalos de infraestrutura do pré-sal, pois o gasoduto Rota 3 permitirá maior escoamento de gás natural até a costa. Além da refinaria de gás, a Petrobras planeja utilizar a área do antigo Comperj para construir duas usinas termelétricas, que participarão de leilões de energia, além de refinarias voltadas para a produção de combustíveis e lubrificantes. Após a conclusão das obras, o complexo deverá produzir 12 mil barris diários de óleos lubrificantes, 75 mil barris diários de diesel S-10 e 20 mil barris diários de querosene de aviação.

Originalmente chamado de Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o projeto foi concebido em 2006, no primeiro mandato do governo Lula. As obras de terraplanagem começaram em 2008, mas o projeto sofreu várias alterações ao longo dos anos. Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que, inicialmente, o Comperj teria uma Unidade Petroquímica Básica (UPB) e Unidades Petroquímicas Associadas (UPA), com uma única refinaria, ao custo estimado de US$ 6,2 bilhões. Com o desenvolvimento, o custo subiu para US$ 8,4 bilhões, e, em 2010, a Petrobras passou a prever duas refinarias. O custo total chegou a US$ 26,9 bilhões, incluindo uma Central de Utilidades para abastecer as refinarias e unidades petroquímicas. Em 2014, a Petrobras cancelou a construção das unidades petroquímicas, seguida, em 2016, pelo cancelamento da refinaria Trem 1 e, em 2019, pelo abandono do plano de construir uma refinaria em parceria com a China National Petroleum Corporation (CNPC).

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Restou ao Comperj apenas o projeto da unidade de processamento de gás natural, batizado de Polo Gaslub, que receberá o gás do gasoduto Rota 3. Desde então, surgiram outras ideias para o aproveitamento do espaço, incluindo o loteamento das áreas para a iniciativa privada, mas esses planos não avançaram.

A operação Lava Jato investigou suspeitas de sobrepreço nas obras do Comperj, que teriam sido ampliadas por influência de um cartel. O Tribunal de Contas da União indicou que a decisão de ampliar o escopo do projeto partiu de gestores envolvidos em um esquema de corrupção. Em 2017, a Corte apontou um prejuízo de US$ 12,5 bilhões nas obras, sendo US$ 9,5 bilhões atribuídos a ex-gestores da Petrobras.

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Recentemente, em agosto de 2024, o TCU arquivou o processo contra o ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, relacionado às fraudes nas licitações do Comperj. Embora a área técnica tenha recomendado sua inabilitação para cargos públicos por oito anos, o tribunal acatou sua defesa. Gabrielli, que presidiu a estatal entre 2005 e 2012, foi investigado por supostamente facilitar a atuação do cartel, mas os ministros entenderam que não havia provas suficientes de seu envolvimento no esquema.

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