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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que o Brasil não estava completamente preparado para enfrentar as recentes queimadas que atingem o país. A declaração foi feita durante uma reunião no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (17), com a presença dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
Lula afirmou que “o dado concreto é que a gente não estava 100% preparado para cuidar desse tipo de coisa” e destacou a falta de infraestrutura adequada em muitos estados. “Os Estados são poucos que têm preparação, que têm Defesa Civil, que têm bombeiros. Brigadistas, quase ninguém tem,” acrescentou.
O presidente também comentou sobre a situação crítica e a resposta da natureza às ações humanas: “Ela (a natureza) resolveu nos dar uma lição de dizer o seguinte: ‘olha, ou vocês cuidam corretamente de mim, ou eu não sou obrigada a suportar tanta irresponsabilidade, tanta coisa errada, equivocada, que os humanos estão fazendo’.”
Além disso, Lula levantou suspeitas de que alguns dos incêndios possam ter origens criminosas. No último domingo (15), a Polícia Federal (PF) iniciou uma investigação sobre o incêndio no Parque Nacional de Brasília.
Sem apontar responsáveis, o presidente sugeriu que os incêndios poderiam ter motivações políticas. “Fomos fazer uma visita em três cidades na Amazônia e, na volta, no que parece uma provocação, encontramos vários focos de fogo. Talvez isso seja por causa da COP-30 no Brasil, pela performance do Brasil na discussão ambiental ou por motivos políticos. A gente não sabe, não pode acusar, mas há suspeita,” afirmou Lula.
Para enfrentar a situação, o governo federal está preparando uma Medida Provisória (MP) que prevê a liberação de cerca de R$ 500 milhões em crédito extraordinário. Esses recursos serão destinados ao combate emergencial dos incêndios na Amazônia, Cerrado e Pantanal. A MP está em análise pela Casa Civil e deve ser publicada entre terça-feira (17) e quarta-feira (18) no Diário Oficial da União.