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O deputado federal Gustavo Gayer mantinha, em um imóvel locado e custeado pela Câmara dos Deputados em Goiânia, uma escola de inglês e uma loja de camisetas e acessórios políticos alinhados à sua linha como parlamentar.
O parlamento desembolsa R$ 6,5 mil mensais pelo espaço, que deveria ser utilizado como escritório político, além de arcar com os salários de seus secretários.
Segundo investigações da Polícia Federal, esses profissionais acabavam prestando serviços para as empresas de Gayer.
“O Gustavo hoje ele é uma vidraça ele é um alvo e se for pra cima moço infelizmente a gente tá tipo errando né. Nesse sentido a gente tá pregando uma coisa e tá vivendo outra… infelizmente a gente tem muitas coisas erradas acontecendo aí”.
A Polícia Federal (PF) identificou Gayer como o autor intelectual de um esquema de desvio de cota parlamentar, que envolvia uma organização social criada com documentos falsificados. O nome da operação faz referência a essa empresa supostamente constituída de forma fraudulenta.
A PF escolheu o termo “discalculia”, que se refere a um transtorno de aprendizagem relacionado a números, para batizar a operação. Essa escolha se deve a um erro no registro da organização, que fez com que o quadro social da empresa fosse formado por crianças de 1 a 9 anos.
Os investigadores destacam que as empresas mantidas pelo deputado com recursos públicos levantam sérias suspeitas. Por exemplo, a loja Desfazueli, registrada em nome do filho de Gayer, era uma continuação das operações realizadas anteriormente sob a denominação Bolsonarius.
Conforme a Polícia Federal, Gayer demonstrava uma postura de comando em relação ao empreendimento, orientando a equipe e monitorando o desempenho das vendas, o que evidenciava seu compromisso com o sucesso do negócio. Em uma conversa com João Paulo, Gayer instruiu que ele levasse camisetas e adesivos para a escola.
Ao solicitar a abertura da Operação Discalculia, os investigadores argumentaram que a atividade privada de Gayer internaliza os bônus integralmente, mas apenas parcialmente os ônus.
A PF esclareceu que “internalizar os custos de um empreendimento significa considerar os custos ambientais e administrativos, incluindo especialmente as despesas básicas com serviços essenciais, como água, energia elétrica, internet e tributos, na elaboração dos custos de produção. Isso implica assumir esses custos, algo fundamental na atividade privada. No entanto, ao destinar verba parlamentar para arcar com tais encargos, além da irrefutável trevas destinação da res publica, o parlamentar acaba por desequilibrar o ambiente concorrencial do setor, diante da clara vantagem matemática que se estabelece.”