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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta segunda-feira (4) com sua equipe ministerial para deliberar sobre medidas de corte de gastos públicos, em resposta à pressão do mercado e à necessidade de equilibrar as contas do governo. O encontro, que se estendeu por mais de duas horas, contou com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho) e Camilo Santana (Educação).
A reunião ocorre em um momento crítico para a economia brasileira, com a cotação do dólar passando de R$ 5,86 na sexta-feira (1º) para R$ 5,78 nesta segunda-feira. O governo se encontra sob a expectativa de um anúncio significativo sobre a contenção de despesas, especialmente à luz das recentes movimentações no cenário político e econômico internacional, incluindo as eleições nos Estados Unidos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve que cancelar uma viagem à Europa, onde participaria de reuniões com investidores, para se dedicar integralmente às discussões sobre os cortes. Segundo Haddad, o governo está próximo de finalizar as propostas, que podem ser anunciadas ainda esta semana. “As medidas de contenção de gastos públicos estão muito avançadas”, afirmou o ministro em declarações anteriores ao encontro.
As discussões realizadas durante a reunião de hoje focaram principalmente nas diretrizes para o Orçamento de 2026, com a Fazenda indicando que outras pastas também serão consultadas em novas reuniões programadas para amanhã. “O quadro fiscal do país foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão”, informou o Ministério da Fazenda em nota à imprensa.
Historicamente, Lula tem se mostrado relutante em anunciar cortes significativos, argumentando que investimentos em áreas como programas sociais não devem ser considerados como despesas. Entretanto, a pressão por um ajuste fiscal pode forçar o presidente a rever sua posição, especialmente diante das necessidades de negociação com o Congresso para a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que formalize as reduções.
A nova rodada de cortes pode gerar tensões dentro do governo, já que muitos ministros clamam por mais recursos para suas áreas. De acordo com informações de bastidores, há preocupações sobre a falta de espaço para cortes sem comprometer serviços essenciais. Em julho, sob pressão do mercado, a equipe econômica anunciou um congelamento de R$ 15 bilhões em gastos para este ano e R$ 25,9 bilhões para 2025.