O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deve lançar dez candidatos aos cargos de deputado estadual e federal, em nove estados do país, nas eleições de outubro. A informação é do UOL.
Segundo o site, a decisão foi tomada após a parceria do Governo Bolsonaro com o Centrão, favorecendo latifundiários e o agronegócio, além da grande liberação de agrotóxicos durante o mandato de Bolsonaro.
Pela primeira vez, o grupo invasor de propriedade privada vai lançar dez candidaturas próprias nas eleições. São cinco candidatos a deputado federal e cinco a deputado estadual; no Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins.
Ao UOL, o coordenador nacional do grupo Alexandre Conceição explicou que a volta da fome, a destruição do meio ambiente, são um dos motivos da decisão.
“Então, as políticas públicas, entre elas a reforma agrária, estão travadas nessa aliança do governo com o Centrão. Hoje os prefeitos quando vêm a Brasília não vão mais à Esplanada dos Ministérios, porque lá não tem mais orçamento. Eles vão direto nos gabinetes do Centrão”, afirmou.
Diante das dificuldades de diálogos no atual cenário político, o MST decidiu lançar as 10 candidaturas. Ainda segundo Alexandre: “ O movimento já tem parlamentares que saíram de suas fileiras, mas nada saiu de maneira organizada, como é o objetivo de agora”.
Todos vão concorrer pelo PT, em resposta ao incentivo do ex-presidiário Lula- que foi próximo do movimento durante o seu mandato.
As dez candidaturas serão de pessoas que irão representar a diversidade na câmara dos deputados, entre mulheres negras, jovens e representantes do movimento LGBTQIA+ .
Em Pernambuco, Rosa Amorim, de 25 anos, é filha de pais assentados da reforma agrária, e vai se candidatar à Assembleia Legislativa, além disso, ela atua no movimento estudantil, e desde cedo foi abraçada pelo MST.
A drag queen Ruth Venceremos, vivida pelo pedagogo pernambucano Erivan Hilário dos Santos, vai disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, no DF. Há dez anos ela é vista nas lutas pelos direitos humanos da capital federal, ela também foi assentada.
Marina Santos, que é há 33 anos militante do MST e dirigente do movimento, também vai se lançar na política partidária, no Rio de Janeiro. Ela luta pelos direitos das mulheres, o combate à fome e a defesa do meio ambiente.
Nos últimos anos, o movimento adotou o isolamento produtivo, fez ações de solidariedade, são mais de 6 toneladas de alimentos, um milhão de quentinhas e 170 mil livros doados.