Saúde

Hospital Albert Einstein demite funcionário que vazou dados de 16 milhões de pacientes com COVID-19

Cientista divulgou as informações de login e senha para acesso a dados no Ministério da Saúde de pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Entre elas, o presidente Jair Bolsonaro.

Foi demitido nesta quinta-feira (26) o funcionário do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, que expôs os dados de 16 milhões de brasileiros com suspeita ou confirmação de COVID-19 durante um mês, informou o jornal O Estado de São Paulo.

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Em nota, o Einstein afirmou que o funcionário foi demitido por ter infringido normas internas adotadas para garantir proteção e segurança de dados. O hospital disse também que assim que tomou conhecimento do fato, nesta quinta-feira (26), removeu as informações da Internet e comunicou o Ministério da Saúde sobre o caso. A pessoa não divulgou diretamente os dados dos pacientes, e sim informações de login e senha para acesso.

“O Einstein ressalta que não houve divulgação de quaisquer dados pelo empregado e que o hospital não tem acesso a eles. Eles ficam arquivados em uma base de dados do Ministério da Saúde e são usados em um programa de monitoramento da pandemia da COVID-19. O colaborador estava inclusive locado em Brasília”, argumentou o hospital.

As senhas de acesso a informações privadas dessas pessoas foram vazadas na Internet e dados como endereço, telefone e condições de saúde tornaram-se públicas.

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Wagner Santos, cientista de dados do Einstein, divulgou as informações de login e senha para acesso a informações do Ministério da Saúde na plataforma “github”. Com isso, vieram a público os dados de pacientes de 27 unidades da federação, incluindo os de autoridades como o presidente Jair Bolsonaro, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, entre outros.

O Einstein tem acesso a essas informações por uma parceria com o Ministério da Saúde dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).

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O órgão afirmou que revogou o acesso aos logins e senhas imediatamente após ser informado do vazamento e que o Einstein iniciou a apuração dos fatos.

Segundo o Ministério, a planilha publicada pelo funcionário em outro site foi apagada e a equipe de segurança cibernética do Einstein está realizando o rastreamento de possíveis sites onde os dados possam ter sido replicados.

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“O Departamento de Informática do SUS (DataSUS) revogou imediatamente todos os acessos dos logins e das senhas que estavam contidos na referida planilha. É importante ressaltar que os dados não são de fácil acesso, uma vez que apenas login e senha não são suficientes para se chegar às informações contidas nos bancos de dados – e sim um conjunto de fatores técnicos”, afirmou a pasta em nota.

O maior vazamento do país

Para o presidente da ONG SaferNet Brasil, Thiago Tavares, o vazamento de dados de 16 milhões de pacientes com COVID-19 é o maior vazamento de informações sensíveis do país. Ele afirma que o conteúdo é extremamente valioso para empresas e mostra que é preciso investir em novos protocolos de segurança. 

“Eles têm, por exemplo, valor para uma seguradora. Uma informação de que determinado usuário fez um teste de COVID-19, tem comorbidade ou doença preexistente, é extremamente valiosa para alimentar sistemas de precificação de risco. O usuário pode sentir isso, por exemplo, na recusa de um plano de saúde ou se tiver dificuldade de fazer um seguro de vida. É o maior vazamento de dados sensíveis do país”, comentou Tavares.

Para ele, os dados das pessoas estão sob risco.

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“Muito provavelmente esse arquivo foi visto por outras pessoas, que fizeram cópias, acessaram os dados e muito provavelmente copiaram esses dados. Os dados da população não estão seguros e esse incidente é a prova disso. Um sistema como esse, que armazena dados sensíveis, precisa ser protegido por diversas camadas de segurança”, completou o presidente da ONG que reúne cientistas da computação, professores, pesquisadores e bacharéis em Direito com o objetivo de defender e promover os direitos humanos na Internet.

(Sputnik News)

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