A Moderna disse nesta sexta-feira (26) que está processando a Pfizer e sua parceira alemã BioNTech, alegando violação de patente sobre a vacina COVID-19.
A medida estabelece um confronto entre dois grandes fabricantes de vacinas que juntos ajudaram a atenuar os impactos da pandemia nos Estados Unidos e em outros países.
“Acreditamos que a Pfizer e a BioNTech copiaram ilegalmente as invenções da Moderna e continuaram a usá-las sem permissão”, disse o diretor jurídico da Moderna, Shannon Thyme Klinger, em comunicado.
A Moderna está buscando compensação da Pfizer pelo uso de tecnologia que a Moderna diz ser pioneira.
A mudança também indica que a Moderna vê a pandemia como estando em uma fase diferente. A empresa disse que se comprometeu anteriormente a não aplicar suas patentes enquanto a pandemia continuasse. Mas, disse, “em março de 2022, quando a luta coletiva contra o COVID-19 entrou em uma nova fase e o fornecimento de vacinas não era mais uma barreira ao acesso em muitas partes do mundo, a Moderna atualizou sua promessa”.
Agora diz que, embora não faça valer suas patentes em 92 países de baixa e média renda, o fará em outras partes do mundo.
A Pfizer disse que se defenderia “vigorosamente” contra o processo.
“A Pfizer/BioNTech ainda não revisou completamente a reclamação, mas estamos surpresos com o litígio, pois a vacina Pfizer/BioNTech COVID-19 foi baseada na tecnologia de mRNA proprietária da BioNTech e desenvolvida pela BioNTech e pela Pfizer”, disse a Pfizer em comunicado. “Continuamos confiantes em nossa propriedade intelectual que apoia a vacina Pfizer/BioNTech e nos defenderemos vigorosamente contra as alegações do processo”.
A Moderna disse que a Pfizer violou o trabalho em sua tecnologia de vacina mRNA desde 2010, bem antes do início da pandemia.
“Esta plataforma fundamental, que começamos a construir em 2010, juntamente com nosso trabalho patenteado sobre coronavírus em 2015 e 2016, nos permitiu produzir uma vacina COVID-19 segura e altamente eficaz em tempo recorde após a pandemia”, CEO da Moderna, Stéphane Bancel disse em um comunicado.
A Moderna disse que está buscando compensação, mas não para bloquear o uso da vacina da Pfizer.
“Reconhecendo a necessidade de garantir o acesso contínuo a essas vacinas que salvam vidas, a Moderna não está buscando remover [a vacina da Pfizer] do mercado e não está pedindo uma liminar para impedir sua venda futura”, disse Moderna.