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Uma microempresa de Goiás, com apenas um funcionário registrado e capital social de R$ 1,3 milhão, venceu um contrato de R$ 285,8 milhões com o Ministério da Saúde para fornecimento de imunoglobulina humana.
De acordo com a reportagem do portal Metrópoles, publicada nesta terça-feira (26), o contrato foi assinado em abril deste ano e prevê o fornecimento de 293,5 mil frascos do medicamento, que é usado para melhorar a imunidade de pacientes acometidos por uma série de doenças.
A empresa Auramedi, sediada em Aparecida de Goiânia, é desconhecida no mercado farmacêutico. O único sócio da empresa é Fábio Granieri de Oliveira, que é réu por improbidade administrativa em uma ação popular no Tribunal de Justiça do Pará.
A empresa foi criada em 2013, mas o capital social foi aumentado para R$ 1,3 milhão em maio de 2020. Fábio Granieri passou a ser o único sócio da empresa em maio de 2020, três meses depois que a empresa foi dada como pagamento de uma dívida a outras três pessoas.
Antes de trabalhar na Auramedi, Fábio Granieri foi funcionário da gigante farmacêutica EMS.
O contrato com o Ministério da Saúde é o maior valor recebido pela empresa até o momento. Para conseguir o contrato, a Auramedi pagou R$ 246,6 mil em um seguro de R$ 14,3 milhões, 5% do valor do contrato.
A Auramedi diz representar a chinesa Nanjing Pharmacare, que é uma trading. A Panamerican Medical Supply, que também representa a Nanjing no Brasil, é controlada por Marcelo Pupkin Pitta, empresário que já foi preso por fraude em licitação no Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde justificou a dispensa de licitação alegando que era necessário comprar o medicamento em regime de urgência. No entanto, a compra foi realizada sem que a empresa Auramedi tivesse registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).