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Um novo exame de sangue capaz de detectar o Alzheimer antes mesmo do surgimento dos sintomas está em desenvolvimento, de acordo com um estudo publicado na revista JAMA Neurology na segunda-feira (22).
A pesquisa, envolvendo 786 participantes, descobriu que exames de sangue que rastreiam uma proteína chamada tau fosforilada “identificaram com precisão” a doença de Alzheimer em sua fase biológica. Isso indica que esses testes sanguíneos poderiam ser usados para diagnosticar o Alzheimer no lugar de exames cerebrais caros.
O estudo avaliou a eficácia do teste ALZpath p-tau217 na detecção de patologias relacionadas ao Alzheimer, explicaram os pesquisadores.
“Esta é uma descoberta fundamental para biomarcadores sanguíneos do Alzheimer, abrindo caminho para o uso clínico do teste ALZpath pTau 217”, disseram os co-autores Kaj Blennow e Henrik Zetterberg em um comunicado. “Este teste robusto já está sendo utilizado em vários laboratórios ao redor do mundo”.
O estudo descobriu que o teste para níveis elevados de beta amiloide tinha uma precisão de até 96%, enquanto o teste para tau tinha uma precisão de até 97%.
Os pesquisadores afirmaram que os exames de sangue poderiam levar a uma triagem mais rápida dos pacientes.
“Na atenção primária, estima-se que mais de 50% dos pacientes com comprometimento cognitivo permaneçam sem diagnóstico ou sejam diagnosticados incorretamente devido à falta de ferramentas acessíveis e econômicas. Portanto, os biomarcadores sanguíneos estão revolucionando o atendimento clínico ao fornecer informações objetivas baseadas em biomarcadores”, afirmou o estudo.
De acordo com a Clínica Mayo, imagens cerebrais como ressonância magnética, tomografia computadorizada ou PET são frequentemente usadas para ajudar a diagnosticar o Alzheimer em pacientes. A Clínica Mayo observa que exames laboratoriais de sangue às vezes podem ser usados para detectar níveis de amiloide e tau, mas que esses testes “não estão amplamente disponíveis e a cobertura pode ser limitada”.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos afirma que o Alzheimer é a forma mais comum de demência. A agência define como uma “doença progressiva que começa com perda leve de memória e pode levar à perda da capacidade de manter uma conversa e responder ao ambiente”.
Em 2020, o CDC estimou que até 5,8 milhões de americanos viviam com Alzheimer.