Saúde

OMS: consumo de tabaco diminuiu 35% desde 2010; Brasil foi citado com dados surpreendentes

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A humanidade está se despedindo gradualmente dos produtos do tabaco, conforme indicam as tendências que revelam uma constante redução nas taxas de consumo em todo o mundo, segundo o mais recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em 2000, um em cada três adultos era consumidor de tabaco. Em contrapartida, em 2022, apenas um em cada cinco adultos o faz. No total, há 1,25 bilhão de consumidores adultos de tabaco. Essa diminuição representa um avanço significativo em prol da saúde e da vida.

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O tabaco, amplamente difundido no século passado, teve seus efeitos nocivos confirmados a partir da década de 1950. Evidências sólidas surgiram, revelando os danos causados pelo consumo, tanto para os fumantes quanto para os não fumantes expostos à fumaça de segunda e terceira mão.

A nicotina presente no tabaco é reconhecida como altamente viciante, sendo o consumo do tabaco um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, respiratórias e mais de 20 tipos diferentes de câncer, além de diversas outras enfermidades debilitantes.

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Anualmente, mais de 8 milhões de mortes estão relacionadas ao consumo de tabaco, com a maioria delas ocorrendo em países de baixa e média renda, frequentemente alvos de intensiva interferência e marketing por parte da indústria tabagista, como alerta a OMS.

Além disso, a exposição à fumaça de tabaco alheia está associada a resultados adversos à saúde, resultando em 1,2 milhão de óbitos a cada ano.

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O novo relatório da OMS sobre o tabagismo revelou que 150 países estão obtendo sucesso na redução do consumo. Brasil e Países Baixos são exemplos positivos após a implementação do pacote MPOWER, um conjunto de medidas de controle do tabaco derivadas do Convênio-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, estabelecido em 2003.

Essas medidas incluem monitoramento do uso do tabaco e políticas preventivas, proteção contra a fumaça do tabaco, assistência para cessação do tabagismo, conscientização sobre os perigos do tabaco, aplicação de proibições de publicidade, promoção e patrocínio do tabaco, além do aumento de impostos (criação de impostos saudáveis).

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Graças à implementação dessas medidas, o Brasil alcançou uma redução relativa de 35% desde 2010, enquanto os Países Baixos estão prestes a atingir a meta de 30%.

Apesar das boas notícias, Ruediger Krech, diretor do Departamento de Promoção da Saúde da OMS, alerta que, embora progressos significativos tenham sido alcançados no controle do tabaco, não há espaço para complacência. A indústria tabagista persiste em manipular políticas de saúde para promover seus produtos mortais.

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Portanto, a OMS insta os países a continuarem implementando políticas de controle do tabaco e a resistirem à interferência da indústria tabagista.

“É uma boa notícia a redução nos níveis de consumo de produtos do tabaco em todo o mundo. Na Argentina, por exemplo, o índice caiu de 29,7% em 2005 para 22,2%, conforme a última medição”, destaca Gabriela Senatore, vice-presidente da Associação Argentina de Tabacologia e médica da Fundação Favaloro.

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Contudo, Senatore lamenta a situação no país devido à não ratificação pelo Congresso Nacional do Convênio-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, impedindo a implementação oficial do pacote MPOWER, como ocorreu no Brasil. Isso possibilitou à indústria tabagista avançar com a oferta de produtos alternativos, promovidos como menos prejudiciais a adolescentes e jovens, como os cigarros eletrônicos, apesar de não serem seguros.

Senatore ressalta que o tabagismo é uma doença crônica e viciante, defendendo o acesso ao tratamento com o suporte de profissionais de saúde, em vez de estigmatizar os fumantes.

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Atualmente, a Região do Sudeste Asiático da OMS possui a maior porcentagem de população consumidora de tabaco, com 26,5%, seguida pela Região Europeia, com 25,3%.

O relatório projeta que até 2030, a Região Europeia terá as taxas mais altas globalmente, com uma prevalência um pouco superior a 23%. As taxas de consumo de tabaco entre as mulheres na Região Europeia são mais que o dobro da média mundial e diminuem mais lentamente do que em outras regiões.

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Quanto ao futuro, as projeções indicam uma redução relativa de 25% no consumo de tabaco até 2025. No entanto, o objetivo global voluntário de uma redução de 30% em relação a 2010 não será alcançado por todos os países, com apenas 56 atingindo essa meta, quatro a menos do que o relatório de 2021.

O alerta é que seis países, incluindo Congo, Egito, Indonésia, Jordânia, Omã e República da Moldávia, estão registrando aumento no consumo de tabaco.

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Outra preocupação é o consumo de tabaco entre os jovens. Pesquisas nacionais mostram consistentemente que, na maioria dos países, crianças com idade entre 13 e 15 anos consomem tabaco e produtos com nicotina.

O próximo Dia Mundial Sem Tabaco, em 2024, será dedicado à proteção das gerações futuras, visando garantir a contínua redução do consumo de tabaco, com foco especial na proteção das crianças contra a interferência da indústria tabagista.

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No próximo mês, os países se reunirão em Panamá para a décima sessão da Conferência das Partes do Convênio-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco (CMCT). A OMS alerta que a indústria tabagista tentará influenciar as políticas globais de saúde oferecendo incentivos financeiros e interferindo nos direitos dos países de proteger a saúde de suas populações.

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