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Pesquisadores acreditam ter identificado os genes responsáveis pela dislexia, uma condição que dificulta a leitura e a escrita para milhões de pessoas.
Cientistas do Instituto Max Planck de Psicolinguística, do Instituto de Pesquisa Médica QIMR Berghofer na Austrália, da empresa americana 23andMe Inc e da Universidade de Edimburgo realizaram o que é considerado o maior estudo genético sobre dislexia até o momento e publicaram seus resultados recentemente na revista Nature Genetics.
O estudo encontrou 42 genes significativos ao analisar a relação entre milhões de variantes genéticas e a dislexia. Os pesquisadores tiveram acesso a dados de 50.000 adultos com dislexia e aproximadamente 1 milhão de adultos sem a doença.
Alguns dos genes são fatores importantes no atraso da linguagem e em outras habilidades críticas de pensamento que podem desempenhar um papel prejudicial no desempenho acadêmico de um indivíduo. Mais de 30% das variantes genéticas encontradas pelos cientistas foram rastreadas até essas dificuldades cognitivas, muitas associadas às funções essenciais para a aprendizagem e desenvolvimento de habilidades.
“Nossas descobertas mostram que diferenças genéticas comuns têm efeitos muito semelhantes em meninos e meninas, e que existe uma ligação genética entre dislexia e ambidestria”, disse a autora principal do estudo, Michelle Luciano, que trabalha na Universidade de Edimburgo na Escola de Filosofia, Psicologia e Ciências da Linguagem.
“Nossos resultados também sugerem que a dislexia está muito intimamente relacionada geneticamente ao desempenho em testes de leitura e escrita, reforçando a importância dos testes padronizados na identificação da dislexia”, acrescentou Luciano.
Os genes associados à dislexia também parecem afetar indivíduos diagnosticados com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, de acordo com o estudo.
Participantes que falam chinês também foram afetados pelas variantes genéticas, indicando que o processo de leitura e escrita não é isolado para uma única língua.