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Cerca de quatro bilhões de pessoas em todo o mundo estão em risco de contrair infecções transmitidas pelo Aedes, incluindo o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, responsáveis por doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Essa é a advertência da líder da equipe sobre arbovírus da Organização Mundial da Saúde (OMS), Diana Rojas Alvarez.
Durante sua participação em uma reunião na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Brasília, Diana ressaltou que a previsão é que esse número de quatro bilhões aumente em mais um bilhão ao longo das próximas décadas, principalmente devido ao aquecimento global e à adaptação do Aedes a altitudes mais elevadas. Ela observou que o mosquito já foi encontrado em montanhas do Nepal, da Colômbia e em países da região Andina.
A OMS está ativamente monitorando surtos e epidemias de dengue em pelo menos 23 países, dos quais 17 estão nas Américas, incluindo o Brasil.
Segundo Diana, os casos de dengue aumentaram consistentemente nas últimas quatro décadas. Em 2023, porém, houve um aumento significativo tanto nos casos quanto nas mortes pela doença.
Ela destacou que foi alcançado um novo recorde, com mais de seis milhões de casos reportados e mais de sete mil mortes por dengue em 80 países.
Para Diana, a expansão dos casos é resultado de fatores ambientais, como o aumento das chuvas e, consequentemente, da umidade, que favorecem a proliferação do mosquito, além do aumento das temperaturas globais, ambos causados pelas mudanças climáticas.
Ela enfatizou a necessidade de melhorar a comunicação de casos e os sistemas de vigilância dos países em relação às arboviroses, a fim de ampliar as ações de prevenção e combate em saúde pública.