Saúde

Internações provocadas por trombose venosa profunda disparam no Brasil

Foto: Freepik/Divulgação

Um estudo conduzido pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), com base em dados do Ministério da Saúde coletados de janeiro de 2012 a agosto de 2023, revela dados alarmantes: mais de 489 mil brasileiros foram hospitalizados devido à trombose venosa durante esse período.

No último ano do levantamento, a média diária de internações ultrapassou 165 pacientes, estabelecendo um recorde para o período analisado.

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Especialistas consultados pela Agência Einstein apontam que esses números tendem a continuar subindo. A elevação da incidência de trombose venosa, uma condição causada pela formação de coágulos no interior das veias que pode obstruir o fluxo sanguíneo ao coração, é atribuída a fatores cada vez mais presentes na vida cotidiana. O envelhecimento da população é um dos fatores, conforme explica Henrique Lamego Jr., cirurgião vascular e endovascular, e coordenador de relacionamento com o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein: “Quanto mais avançada a idade, maiores são os riscos”.

Outro fator de risco destacado é o sedentarismo, especialmente entre aqueles que passam longos períodos sentados. “Hoje consideramos o ficar sentado o nosso novo cigarro, pois o corpo do ser humano foi desenhado para estar em movimento e o imobilismo favorece o surgimento de muitas doenças, entre elas a trombose”, afirma Aline Lamaita, cirurgiã vascular e membro da SBACV e do American College of Lifestyle Medicine.

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A falta de movimento impede que os músculos da panturrilha funcionem adequadamente para bombear o sangue das pernas de volta ao coração. Além disso, o uso indiscriminado de hormônios, obesidade, tabagismo, varizes e histórico familiar são outras causas da doença.

Para aqueles que trabalham sentados ou precisam permanecer na mesma posição por longos períodos, a especialista recomenda levantar-se a cada hora e caminhar por cinco minutos. “Movimentar as pernas, se espreguiçar, usar meias elásticas de compressão e beber bastante água, que melhora a fluidez do sangue, também ajuda bastante”, aconselha. “Deixe o copo com água um pouco distante, o suficiente para fazer você se levantar da cadeira para pegar, mas não para se esquecer de beber”, orienta Lamaita.

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A pandemia de Covid-19 também contribuiu para o aumento dos casos de trombose, pois estudos indicam que a doença pode desencadear problemas trombóticos em casos graves. “Nos últimos anos, tivemos o aumento expressivo do número de tromboses provocadas pelo coronavírus. Hoje sabemos que o índice do problema em um portador de Covid-19 chega a 16% e pode se manifestar até em pacientes assintomáticos”, afirma a especialista. A pandemia também elevou o sedentarismo e resultou em longos períodos de internação para muitos pacientes.

A maior conscientização sobre a trombose venosa profunda também fez diferença. “Houve uma grande e maciça divulgação sobre a enfermidade pela mídia, o que fez com que muitas pessoas desconfiassem dos sintomas que estavam sentindo e procurassem os hospitais para diagnóstico e tratamento”, conta Armando Lobato, angiologista e presidente da SBACV nacional.

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Sintomas como dor e inchaço na perna afetada, vermelhidão, calor na pele, veias inchadas e visíveis, e sensibilidade ao toque são indicativos de trombose venosa profunda. O tratamento envolve o uso de medicamentos anticoagulantes para diminuir a viscosidade do sangue e dissolver o coágulo, além de terapias preventivas para evitar a formação de novos coágulos.

Buscar ajuda médica imediatamente ao notar os primeiros sinais da enfermidade é crucial. “O diagnóstico precoce minimiza os riscos de complicações, como a migração do coágulo para as artérias do pulmão, o que pode provocar poucos sintomas, caso o trombo seja pequeno, ou desencadear a hipertensão pulmonar, quando a pressão arterial dos pulmões e no lado direito do coração é mais elevada do que o normal”, explica Lobato.

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“A constatação precoce do quadro também evita ou diminui o risco da ocorrência de tromboembolismo pulmonar, quadro que pode ser muito grave e acontece quando o coágulo que se desprendeu e foi até os pulmões bloqueia a passagem do sangue em um dos vasos do órgão, causando a morte progressiva do local afetado e desencadeando tosse, falta de ar e dor ao respirar, o que pode até levar à morte”, acrescenta o médico do Einstein.

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