Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Um estudo publicado na revista Nature Medicine, na quinta-feira (30) revelou resultados alarmantes sobre as sequelas da Covid-19 após um acompanhamento de 3 anos em um grupo de 135 mil pessoas. A pesquisa, conduzida nos EUA, mostrou que problemas respiratórios e neurológicos foram os mais comuns entre os infectados durante o ano de 2020.
Ziyad Al-Aly, epidemiologista clínico da Universidade de Washington e autor-sênior do estudo, explicou que os efeitos prolongados do vírus ainda são motivo de incerteza: “Não sabemos ao certo por que os efeitos do vírus duram tanto tempo. Possivelmente, tem a ver com persistência viral, inflamação crônica, disfunção imunológica ou tudo isso junto”.
O estudo acompanhou cerca de 135 mil norte-americanos ao longo de 3 anos, divididos em grupos: os não hospitalizados com Covid-19, os hospitalizados e um grupo controle sem infecção. Os resultados indicaram que aqueles hospitalizados tinham um risco 34% maior de desenvolver sintomas persistentes.
Além disso, o risco de persistência de sintomas após um e dois anos foi de 23% e 16%, respectivamente.
Mesmo entre os não hospitalizados, problemas de saúde relacionados à Covid-19 foram observados, incluindo doenças como diabetes, capazes de reduzir a expectativa de vida em até 10 anos. Os pesquisadores destacaram a importância não apenas da prevenção de complicações graves, mas também da necessidade de estratégias para reduzir o risco de perda de saúde a longo prazo em pessoas com Covid-19 leve.
Ziyad Al-Aly enfatizou que a Covid-19 continua sendo uma ameaça séria à saúde e ao bem-estar a longo prazo, mesmo após três anos: “A Covid é uma séria ameaça à saúde e ao bem-estar das pessoas a longo prazo. Mesmo três anos depois, você pode ter esquecido da Covid, mas ela não esqueceu de você. As pessoas podem pensar que estão fora de perigo, porque tiveram o vírus e não tiveram problemas de saúde. Mas, mesmo após a infecção, o vírus pode estar causando estragos e doenças no intestino, pulmões ou cérebro”.
O estudo, baseado em dados de veteranos militares, levanta a ressalva de que os resultados podem não refletir completamente a realidade de outras populações.