Saúde

Cepa altamente perigosa da varíola dos macacos se espalha; OMS pede ação urgente

Foto: Nigeria Centre for Disease Control/Divulgação

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A propagação da varíola dos macacos (mpox) em África precisa de ser abordada urgentemente. A informação foi divulgada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta terça-feira (25). Os cientistas também alertavam sobre uma estirpe perigosa na República Democrática do Congo.

“Há uma necessidade crítica de abordar o recente aumento de casos de mpox em África”, disse Rosamund Lewis, responsável técnica da OMS para varíola dos macacos, em nota informativa aos jornalistas.

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Em briefing separado, John Claude Udahemuka, da Universidade do Ruanda, que tem trabalhado num surto na província de Kivu do Sul, de difícil acesso no Congo, disse que a estirpe que se espalha por lá, uma versão mutada do clado I mpox endémico no Congo há décadas, era extremamente perigoso. Essa nova cepa da mpox tem taxas de letalidade em torno de 5% em adultos e 10% em crianças.

Este ano, cerca de 8.600 casos de mpox foram relatados no Congo e 410 mortes, disse Cris Kacita, médica responsável pelas operações no programa de controle de mpox do país, à Reuters na semana passada.

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A varíola dos macacos é uma infecção viral que se espalha por contato próximo, causando sintomas semelhantes aos da gripe e lesões cheias de pus. A maioria dos casos de mpox é leve, mas pode matar.

Uma nova variante menos severa do vírus, conhecida como subtipo IIb, disseminou-se globalmente em 2022, principalmente através de contatos sexuais entre homens que têm relações sexuais com outros homens. A OMS declarou uma emergência de saúde pública em resposta a essa disseminação.

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Embora a emergência tenha sido encerrada, o diretor da OMS, Lewis, alertou na terça-feira que a doença ainda representa uma ameaça significativa à saúde.

Dois óbitos foram registrados na África do Sul este mês devido a essa variante da váriola dos macacos, após diagnósticos iniciais.

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Vacinas e tratamentos foram implementados para controlar o surto global, mas ainda não estão disponíveis no Congo. Tanto a OMS quanto os cientistas estão atualmente empenhados em resolver essa questão.

No Kivu do Sul, pesquisadores liderados por Adahemuka observaram que a nova cepa está se espalhando, em parte, através de contatos sexuais entre homens e mulheres, especialmente entre profissionais do sexo. Eles indicaram a necessidade de investigar outras vias de transmissão próxima, citando evidências de transmissão em ambientes escolares e do cuidador para a criança. Além disso, a doença parece estar associada a abortos espontâneos entre mulheres grávidas, bem como a sintomas persistentes como erupções cutâneas de longo prazo, conforme relatado pela equipe.

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Leandre Murhula Masirika, coordenador de pesquisa do departamento de saúde da província de Kivu do Sul, informou que o hospital na cidade mineira de Kamituga está lidando com aproximadamente 20 casos por semana.

“No ritmo que as coisas estão, corremos o risco de nos tornarmos uma fonte de casos para outros países”, disse Kacita.

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Kivu do Sul faz divisa com Ruanda e Burundi. Segundo Kacita, 24 das 26 províncias do Congo foram impactadas, tornando este surto a mais grave epidemia de mpox registrada até o momento.

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