Saúde

Estudo revela 100% de proteção contra o HIV com injeção aplicada apenas duas vezes ao ano

Imagem ilustrativa gerada pelo Gazeta Brasil

A farmacêutica Gilead Sciences revelou na quarta-feira (24) que seu novo medicamento injetável, o lenacapavir, demonstrou 100% de eficácia na prevenção do HIV na fase 3 dos testes clínicos, a última antes da aprovação final. Os resultados, anteriormente divulgados, foram formalmente publicados na revista The New England Journal of Medicine.

Os dados também foram apresentados ontem na 25ª Conferência Internacional de AIDS, realizada em Munique, na Alemanha. Comercializado sob o nome Sunlenca, o lenacapavir já possui aprovação das autoridades reguladoras para tratar casos de HIV multirresistentes, mas ainda não está autorizado como método preventivo.

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O estudo mais recente investigou o uso do lenacapavir como profilaxia pré-exposição (PrEP), uma abordagem terapêutica destinada a indivíduos com alto risco de exposição ao HIV, com o objetivo de prevenir a infecção. Atualmente, a PrEP é oferecida por meio de comprimidos diários, uma modalidade com eficácia superior a 90%, disponível no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2017. Contudo, a adesão diária a esses comprimidos representa um desafio significativo.

Os laboratórios têm buscado alternativas de longa duração para simplificar a adesão ao tratamento. O cabotegravir, desenvolvido pela GSK e aprovado pela Anvisa em junho do ano passado, é uma dessas alternativas, exigindo aplicação bimestral. No entanto, o lenacapavir apresenta uma vantagem adicional, com eficácia comprovada e necessidade de apenas duas aplicações anuais.

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Diferentemente das vacinas, o lenacapavir não induz uma resposta imunológica ativa. Em vez disso, é um antiviral que impede a replicação do HIV ao permanecer em circulação no organismo. Vacinas, por outro lado, estimulam o sistema imunológico a produzir defesas próprias contra patógenos.

O pesquisador de medicamentos antirretrovirais da Universidade de Liverpool, Andrew Hill, comentou à AFP que o lenacapavir é “basicamente como se tivéssemos uma vacina”, destacando que o amplo acesso ao medicamento pode levar a um “controle da epidemia” de HIV.

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O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) expressou entusiasmo pelos resultados e ressaltou que a inovação oferece uma esperança concreta para acelerar os esforços para erradicar a AIDS como ameaça à saúde pública até 2030. A facilidade de adesão proporcionada pelo lenacapavir pode ajudar a alcançar as metas do programa da ONU, especialmente diante do aumento recente no número de novas infecções.

A UNAIDS também fez um apelo para que a Gilead libere a patente do medicamento, permitindo a produção genérica e ampliando o acesso em países de renda média e baixa. A liberação da patente poderia reduzir o custo do tratamento de mais de US$ 40 mil por ano para cerca de US$ 40, segundo estimativas de pesquisadores consultados pela AFP.

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