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O Ministério da Saúde está em negociações com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a mpox (varíola dos macacos), conforme anunciado nesta quinta-feira (15).
A varíola dos macacos foi declarada emergência em saúde pública de importância internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Durante a primeira emergência global por mpox, em 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial da vacina Jynneos para combater a doença, uma vez que o insumo não era licenciado no Brasil. Essa autorização, renovada em fevereiro deste ano, está prestes a vencer, e o ministério já solicitou uma nova renovação.
De acordo com a Anvisa, o imunizante é destinado a adultos com 18 anos ou mais e tem validade de até 60 meses, quando armazenado entre -60°C e -40°C. A prorrogação da dispensa temporária e excepcional é válida por seis meses e aplica-se apenas ao ministério.
Desde 2023, mais de 29 mil doses da vacina contra a varíola dos macacos foram aplicadas no Brasil. O público-alvo inicial incluía pessoas vivendo com HIV/aids, com idades entre 18 e 49 anos, independentemente do status imunológico medido pela contagem de linfócitos TCD4, além de profissionais de laboratórios NB-2 da mesma faixa etária que trabalham com o Orthopoxvirus.
Além disso, indivíduos que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pacientes suspeitos de infecção por varíola dos macacos também foram incluídos no público-alvo para imunização, após avaliação da vigilância local.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que o foco atual é a vigilância e o monitoramento, ressaltando que, embora a vacina gere grande expectativa, a vacinação é recomendada de forma seletiva, focando em públicos-alvo específicos.
Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde do ministério, observou que a vacina Jynneos, produzida por um fabricante nórdico, é de produção limitada, o que resulta em insuficiência no mercado internacional. Neste momento, o ministério está negociando com a Opas a compra de doses adicionais para garantir uma reserva no Brasil.
Segundo Ethel, no contexto da nova emergência global estabelecida pela OMS, o Brasil está classificado no nível 1, que é o menos alarmante, com um cenário de normalidade e sem casos da nova variante identificada na República Democrática do Congo, na África. O último óbito registrado pela doença no Brasil ocorreu em abril de 2023.
O ministério informou que o nível 2 corresponderia a um cenário de mobilização, com detecção de casos importados; o nível 3 indicaria um cenário de alerta, com detecção de casos autóctones esporádicos; o nível 4 representaria uma situação de emergência, com transmissão sustentada no território nacional; e o nível 5 configuraria uma crise, com uma epidemia de mpox no país.