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O recente surto de mpox tem gerado crescente preocupação internacional, com as crianças se tornando as principais vítimas da varíola dos macacos. Após a circulação global do vírus em 2022, uma nova subvariante surgiu na região central da África, revelando-se mais letal e contagiosa.
Na quarta-feira (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos novamente como uma emergência sanitária internacional, instando os países a intensificarem esforços para conter a propagação do vírus antes que ele se torne um problema global.
Na quinta (15), a Suécia confirmou o primeiro caso da nova cepa 1b fora da África, elevando o alerta global davaríola dos macacos. Enquanto especialistas ainda tentam compreender as diferenças entre este surto e o anterior, os dados das áreas afetadas sugerem que as crianças são o novo grupo de risco.
Na República Democrática do Congo (RDC), onde o Clado 1b surgiu, já foram registrados 15,6 mil casos e 537 mortes este ano. De acordo com o Centro de Controle de Doenças da África, quase 70% dos casos na RDC envolvem crianças menores de 15 anos, sendo que 85% das mortes ocorrem nesse grupo, com uma concentração significativa em menores de 5 anos.
Dimie Ogoina, cientista nigeriano que identificou o primeiro caso de mpox em 2022 e lidera a operação da OMS contra a doença, destacou que a nova variante está afetando uma população mais ampla.
Diferente do surto anterior, onde a maioria dos casos envolvia homens que fazem sexo com homens, o atual surto atinge principalmente mulheres e crianças, com transmissão ocorrendo predominantemente dentro dos lares.
Ogoina observou que, embora as pessoas vivendo com HIV apresentem uma alta taxa de mortalidade, as crianças, especialmente as menores de cinco anos, estão mais vulneráveis às formas graves da doença. Especialistas do CDC África acreditam que a ausência da vacina contra a varíola, descontinuada desde 1980, e a desnutrição, que afeta cerca de 40% das crianças na região, são fatores que contribuem para o aumento dos casos e mortes entre os mais jovens.
Além da RDC, há registros de casos em países vizinhos como Burundi, Uganda, Quênia e Ruanda, além de um caso recente na Suécia em um viajante que esteve na África. O número de casos na África já supera os registrados em 2022 e 2023.
A mpox, causada pelo vírus monkeypox, pode ser transmitida por contato físico com pessoas infectadas, materiais contaminados ou animais portadores do vírus. Gotículas respiratórias também podem transmitir a doença, embora o contato íntimo com as lesões ainda seja a forma mais comum de infecção. A transmissão cessa quando as crostas das lesões desaparecem.
Com os hospitais locais sobrecarregados, pacientes com sintomas foram orientados a realizar isolamento domiciliar, uma prática difícil em regiões onde é comum a coabitação com várias pessoas, o que pode ter contribuído para a disseminação do vírus.
A mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, apresenta sintomas como erupções cutâneas, febre, dores musculares, exaustão e linfonodos inchados, com duração de 2 a 4 semanas. O subtipo 1b, identificado no final de 2023, é uma variação nova e motivo de preocupação crescente.