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Quando se fala em saúde masculina, o câncer de próstata é sempre um dos temas de maior preocupação e, por um bom motivo: esse tipo de câncer é o segundo mais comum entre homens no mundo todo. Somente no Brasil, mais de 68 mil novos casos são diagnosticados todos os anos. Mas por que alguns homens desenvolvem a doença enquanto outros não? E, mais importante, o que podemos fazer para diminuir esse risco?
Para entender melhor esse assunto, é essencial explorar as principais causas e fatores de risco associados ao câncer de próstata. Embora algumas delas não possam ser alteradas, como idade e genética, há outras que dependem diretamente de nossos hábitos e escolhas de vida. Dr. Alexandre Sallum Bull, urologista e especialista no cuidado integral da saúde, explica quais são os maiores vilões e como é possível se proteger. O tempo é um fator que não podemos ignorar À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por diversas transformações celulares, e a próstata, um órgão altamente dependente de hormônios, é especialmente vulnerável a essas alterações. Com o tempo, há uma maior probabilidade de mutações, o que pode levar ao desenvolvimento de um tumor. Portanto, a recomendação é começar o rastreamento a partir dos 50 anos ou mais cedo, se houver histórico familiar. Genética A genética desempenha um papel fundamental. Certas mutações, como nos genes BRCA1 e BRCA2, que também estão ligados ao câncer de mama e ovário nas mulheres, podem predispor os homens ao câncer de próstata. O rastreamento genético é importante nesses casos, pois pode orientar medidas preventivas mais agressivas. Dieta: você é o que você come Quando a alimentação é pobre em frutas e vegetais e excessiva em alimentos processados e ricos em gorduras, há uma tendência ao aumento da inflamação e à disfunção celular. Isso, aliado a um estilo de vida sedentário, cria um ambiente propício para o desenvolvimento do câncer. Por outro lado, incluir no cardápio alimentos ricos em antioxidantes, como tomate (rico em licopeno), brócolis e outras verduras crucíferas, pode ter um efeito protetor. “Pequenas mudanças no estilo de vida, como aumentar a ingestão de frutas cítricas e diminuir o consumo de carnes gordurosas, podem fazer uma grande diferença”, aconselha o Dr. Alexandre Sallum Bull.
Sedentarismo: a falta de movimento que pode custar caro Um estilo de vida sedentário aumenta a inflamação no corpo e contribui para um ambiente metabólico propício ao crescimento tumoral. Isso porque a falta de atividade física afeta a maneira como nosso organismo processa hormônios como a testosterona, que tem um papel direto no desenvolvimento desse tipo de câncer.
Prostatite como um alerta Prevenção O Dr. Alexandre Sallum Bull conclui destacando que o câncer de próstata é uma doença complexa e silenciosa, mas a boa notícia é que grande parte dos casos pode ser tratada com sucesso quando detectada precocemente. Entender os fatores de risco e adotar medidas preventivas desde cedo pode não apenas proteger a saúde da próstata, mas também proporcionar uma vida longa e saudável.
Se você é um homem acima dos 50 anos, o risco de desenvolver câncer de próstata já é consideravelmente maior do que o de alguém mais jovem. Na verdade, mais de 70% dos casos ocorrem em homens com mais de 65 anos. Mas por que isso acontece?
Se o seu pai, avô ou irmão teve câncer de próstata, é hora de redobrar a atenção. Homens com um histórico familiar da doença têm um risco significativamente maior de desenvolvê-la. E não estamos falando de um pequeno aumento — em alguns casos, o risco pode ser até duas vezes maior!
Você sabia que o que você coloca no prato diariamente pode influenciar diretamente a saúde da sua próstata? Dietas ricas em gorduras saturadas, como carnes vermelhas e laticínios integrais, estão associadas a um maior risco de câncer em geral.
Manter-se ativo não só ajuda a controlar o peso, mas também reduz os níveis de hormônios e fatores de crescimento que alimentam o crescimento do câncer. Estudos mostram que homens que praticam atividade física regularmente têm um risco menor de desenvolver formas agressivas de câncer de próstata.
Prostatite, ou inflamação crônica da próstata, pode ser um fator de risco subestimado. Quando a glândula prostática está inflamada de forma recorrente, o corpo tende a responder com renovação celular constante, o que pode predispor a mutações e, consequentemente, ao câncer.
“Se você sofre com sintomas persistentes de dor ao urinar, desconforto na região pélvica ou micção frequente, é importante investigar. A prostatite crônica pode não ser apenas um problema incômodo, mas um sinal de alerta para algo mais sério”, alerta o médico.
Então, como se proteger? Entender quais são os fatores de risco e como eles se aplicam ao seu caso pessoal é essencial. Isso permite um acompanhamento mais personalizado e intervenções precoces que salvam vidas.
Manter uma dieta balanceada, praticar exercícios regularmente, evitar exposição a toxinas e fazer exames anuais de PSA e toque retal a partir dos 50 anos (ou antes, se houver histórico familiar) são atitudes que podem fazer toda a diferença.
Se você ou alguém que você conhece está em um grupo de risco, não espere. Procure orientação especializada e fique atento aos sinais — sua saúde vale esse cuidado.