Saúde

Estudo aponta Fator na Gravidez Pode Estar Ligado ao Autismo

Foto: Fotorech/Pixabay

Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]

Cientistas têm se debruçado sobre o enigma das origens do autismo por décadas. Recentemente, um estudo sugere que um resfriado ou gripe durante a gravidez pode ser um fator contribuinte para o desenvolvimento do transtorno.

Pesquisadores do Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL), em Nova York, descobriram que quando o sistema imunológico da mãe é ativado em resposta a uma infecção viral, isso pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro do feto. Embora os embriões femininos pareçam protegidos, cerca de um terço dos embriões masculinos apresentou algum grau de impacto, segundo a pesquisa realizada em camundongos.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Esse achado está alinhado com o fato de que o autismo é mais prevalente em meninos do que em meninas. Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores simularam uma infecção viral em camundongos e monitoraram a reação do feto à ativação do sistema imunológico materno, conhecida como ativação imune materna (AIM).

A AIM ocorre quando o sistema imunológico é acionado, aumentando os níveis de citocinas e quimiocinas, que podem atravessar a placenta e a barreira hematoencefálica do bebê. As quimiocinas ajudam a combater a gripe ao mover outras células imunológicas, como as citocinas, para o local da infecção. As citocinas, por sua vez, são células imunológicas que combatem patógenos, gerando sintomas como febre, coriza e dores no corpo.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Devido à sensibilidade do cérebro do feto a sinais ambientais no útero, essa reação pode provocar uma ampla gama de problemas comportamentais, incluindo déficits sociais típicos do transtorno do espectro autista.

Irene Sanchez Martin, uma pesquisadora pós-doutoral da CSHL, destacou que seus experimentos mostraram que a infecção viral da mãe retardou o desenvolvimento cerebral do embrião. “A diferença em meu trabalho é que analiso o que acontece com o feto 24 horas após a exposição à inflamação materna, ao invés de observar o comportamento dos descendentes como adultos”, afirmou.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

A pesquisa de Sanchez Martin concentrou-se em como a inflamação pré-natal causada pelo resfriado ou gripe impacta o cérebro em desenvolvimento do feto. Contudo, ela não analisou outros fatores que podem ativar o sistema imunológico das mães, como vacinas, obesidade ou condições subjacentes.

Entretanto, estudos globais bem estabelecidos demonstraram que muitas vacinas realmente oferecem proteção contra doenças infantis ao transferir anticorpos da mãe para o feto antes do nascimento. Vacinas contra a gripe funcionam de maneira diferente da doença ativa, pois forçam o corpo a produzir anticorpos, preparando o sistema imunológico para não causar inflamação e outros sintomas.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Santhosh Girirajan, professor associado da Universidade Estadual da Pensilvânia e especialista nas bases genéticas dos transtornos do neurodesenvolvimento, disse à NBC News: “Sabemos com certeza, há muitos anos, que vacinas não causam autismo”.

A inflamação pré-natal é considerada uma influência sobre como o cérebro do feto organiza as redes neurais que conectam células e sinapses. Se essas redes forem interrompidas, o número de neurônios e sinapses no cérebro pode diminuir, o que está relacionado ao desenvolvimento do autismo.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Um dos principais avanços do estudo de Sanchez Martin revelou que, embora os embriões femininos parecessem protegidos da AIM, cerca de um terço dos embriões masculinos apresentaram sinais de um déficit no desenvolvimento cerebral consistente com o autismo. Dados mostram que o autismo é mais comum em meninos do que em meninas, com quatro em cada 100 meninos e uma em cada 100 meninas diagnosticados nos Estados Unidos.

Mais pesquisas são necessárias para desvendar a conexão entre a reação do sistema imunológico a um vírus e seu impacto no feto. Atualmente, mais de 5,4 milhões de pessoas nos Estados Unidos são diagnosticadas com autismo, e de 40% a 80% dos casos estão provavelmente relacionados à genética. No entanto, isso ainda significa que 20% a 60% dos casos são causados por outros fatores.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

O diagnóstico precoce é crucial no autismo, pois atualmente não existem tratamentos, e pode levar anos para testar e diagnosticar o transtorno. Sanchez Martin afirma que sua pesquisa ainda está em estágios iniciais e mais estudos são necessários para estabelecer uma ligação definitiva entre vírus de resfriado e gripe e o autismo.

Ela está esperançosa de que descobertas futuras possam ajudar os médicos a reconhecer os sinais de alerta do autismo antes do nascimento da criança. O autismo entre crianças está aumentando nos Estados Unidos, com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) relatando que em 2000, a estimativa era de que uma em cada 150 crianças de oito anos tinha autismo. Em 2020, esse número disparou para uma em cada 36.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

O aumento pode ser atribuído ao fato de os médicos estarem melhorando na identificação de casos de autismo, além de uma maior conscientização sobre o transtorno. Os médicos agora podem identificar o autismo em crianças por meio de testes e questionários, como uma pergunta de matemática apoiada por Harvard, que questiona: “Um morcego e uma bola custam $1,10 no total. O morcego custa $1 a mais que a bola. Quanto custa a bola?”

Se você respondeu 10 centavos, é provável que você seja um pensador do sistema um, que toma decisões rápidas. Infelizmente, você estaria errado. A resposta correta é cinco centavos, e as pessoas que acertaram são provavelmente pensadores do sistema dois, cuja forma de processar informações é mais metódica.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

A maioria das pessoas no espectro autista são pensadores do sistema dois, e é por isso que o teste é usado por médicos nos Estados Unidos como parte de uma avaliação abrangente para diagnosticar o transtorno. O desafio leva em conta que, ao dizer que o morcego e a bola custam juntos $1,10, com a bola custando $1 a mais, você precisa imaginar que a bola custa 10 centavos, mas isso não é possível.

Se a bola custar cinco centavos, o morcego custaria $1,05, totalizando os $1,10. O teste é usado por médicos nos Estados Unidos como parte de uma avaliação abrangente para diagnosticar o transtorno do espectro autista. Se a pessoa responde corretamente, isso mostra que usou sua capacidade de pensar logicamente para entender totalmente os componentes matemáticos, o que pode colocá-la no espectro, uma vez que aqueles com autismo tendem a pensar dessa maneira.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

© 2024 Todos os direitos reservados Gazeta Brasil.

Sair da versão mobile