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O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciaram a emissão de alertas sanitários sobre a mpox nos principais aeroportos e portos do Brasil. Em pontos estratégicos, viajantes e funcionários encontrarão painéis informativos sobre os sintomas da doença, além de orientações sobre como proceder caso apresentem algum deles.
O ministério destaca a importância de informar as populações em risco e de implementar medidas de preparação e resposta nos serviços de saúde, visando prevenir e controlar a transmissão do vírus.
Essa ação resulta de uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Anvisa e as administradoras dos portos e aeroportos.
No terminal de Brasília, que recebe cerca de 40 mil viajantes diariamente, os avisos já estão visíveis tanto nas áreas de embarque e desembarque doméstico quanto na área internacional.
Entre 2022 e 2024, as Américas registraram mais de 63.270 casos confirmados de mpox, evidenciando a urgência de ações coordenadas para garantir a saúde e segurança da população, especialmente dos grupos mais vulneráveis. No Brasil, em 2022, foram contabilizados mais de 10 mil casos confirmados ou prováveis em relação à primeira cepa do vírus, enquanto em 2023 foram notificados 853 casos. Desde janeiro de 2024, o país já contabiliza 1.495 casos confirmados ou prováveis da doença. A possibilidade de novas variantes, cujas características ainda não são totalmente compreendidas, reforça a necessidade de atenção, identificação rápida e prevenção.
No último dia 21 de outubro, a Anvisa atualizou uma nota técnica com orientações detalhadas para os profissionais de saúde sobre a prevenção e controle da mpox. A nota abrange a identificação e acompanhamento de casos, além de diretrizes sobre isolamento, gerenciamento de resíduos e coleta e transporte de amostras laboratoriais. Também apresenta uma introdução histórica da doença, dados epidemiológicos, desafios na detecção e controle, e enfatiza a importância de medidas de vigilância rigorosas e contínuas.
A mpox é uma doença zoonótica viral provocada pelo vírus MPXV, pertencente ao gênero Orthopoxvirus e à família Poxviridae. A transmissão entre humanos ocorre pelo contato com pessoas infectadas ou materiais contaminados. A forma mais comum de contágio é pelo contato próximo e prolongado, como abraços, beijos e relações sexuais, especialmente quando há lesões na pele, como erupções cutâneas e crostas. A infecção também pode ser adquirida através do contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas e utensílios.
Os principais sintomas da mpox incluem erupções cutâneas, adenomegalias (linfonodos inchados), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza. A doença geralmente apresenta evolução leve a moderada, durando de 2 a 4 semanas. O período de incubação varia de 3 a 16 dias, podendo chegar a 21 dias. Após o surgimento dos sintomas, a pessoa infectada não transmite mais o vírus. As erupções cutâneas costumam surgir entre um e três dias após o início da febre.
Se alguém suspeitar ter sintomas compatíveis com a mpox, deve procurar uma unidade de saúde para avaliação e informar se teve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. É recomendado isolar-se de atividades sociais e coletivas, evitar contato próximo com outras pessoas e manter a higiene das mãos. O tratamento consiste em suporte clínico para aliviar os sintomas e prevenir complicações, uma vez que ainda não há medicamentos aprovados especificamente para a doença.