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O café solúvel é o tipo de café mais consumido no Reino Unido, mas especialistas alertam que o consumo excessivo dessa bebida pode aumentar o risco de certos tipos de câncer. O motivo seria o fato de o café instantâneo conter o dobro de acrilamida em comparação com o café moído. A acrilamida é uma substância química produzida quando alimentos, incluindo os grãos de café, são cozidos a altas temperaturas.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) classificou a acrilamida como um “carcinógeno humano problemático”, indicando que há evidências de que a substância pode causar câncer em humanos. Testes laboratoriais em animais mostraram que a acrilamida pode causar câncer nos pulmões e no sistema reprodutivo. Os cientistas concordam que essa substância tem o potencial de causar câncer também em seres humanos, de acordo com a Food Standards Agency (FSA).
Um estudo polonês de 2013, que analisou 42 amostras de café, incluindo 11 cafés instantâneos, revelou que o café solúvel continha o dobro da quantidade de acrilamida em comparação com o café moído na hora. No entanto, os pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, destacam que seria necessário consumir cerca de 10 xícaras de café solúvel por dia para que o consumo de acrilamida se tornasse uma preocupação significativa.
Apesar do café instantâneo conter acrilamida, ele também oferece mais antioxidantes do que o café moído, que ajudam a proteger contra danos celulares. O Dr. Pál Maurovich-Horvat, diretor de imagem médica da Universidade Semmelweis, em Budapeste, afirmou ao The Telegraph que o café instantâneo contém melanoidinas, um antioxidante que aumenta a diversidade de bactérias no intestino, o que pode ajudar a proteger contra doenças.
Embora o café filtrado e os cafés expressos sejam considerados algumas das formas mais saudáveis de café, de acordo com estudos. O café filtrado, que é preparado ao passar os grãos moídos por um filtro de papel ou metal, foi associado à redução de doenças arteriais, a principal causa de infartos. Pesquisadores na Noruega, após estudarem os hábitos de consumo de 500 mil pessoas ao longo de duas décadas, descobriram que consumir quatro xícaras de café filtrado por dia pode trazer benefícios para a saúde do coração.
Os cafés à base de espresso, como cappuccinos, lattes e flat whites, também são considerados benéficos para o cérebro. Um estudo italiano de 2023 encontrou que extratos de espresso ajudaram a reduzir o acúmulo de uma proteína tóxica chamada tau — associada à demência — em amostras de cérebro. A pesquisa também mostrou que a cafeína diminui o acúmulo de amiloide, além de reduzir inflamação e morte celular no cérebro, fatores que podem diminuir o risco de demência. No entanto, a Alzheimer’s Society explica que isso foi comprovado apenas em estudos com camundongos, e a conexão ainda não foi confirmada em humanos.