Saúde

Aumento Global: A Doença Mais Contagiosa do Mundo’ Cresce 20% em Apenas Um Ano, e Crianças Menores de 5 Anos São as Mais Afetadas

(Getty)

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Em um alerta alarmante sobre a saúde global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que os casos de sarampo aumentaram em 20% em todo o mundo em apenas um ano. A OMS afirmou que as crianças menores de cinco anos são as mais vulneráveis à doença, que é altamente contagiosa.

A Dr. Natasha Crowcroft, conselheira técnica sênior da OMS para sarampo e rubéola, revelou que a taxa de aumento foi ainda mais grave em algumas regiões, com um crescimento de mais de 200% em casos de sarampo, conforme relatado pela Euronews . A doença, que se espalha rapidamente por via aérea, pode causar sérias complicações, como cegueira, encefalite (inchaço do cérebro) e pneumonia, que podem ser fatais.

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Casos de Sarampo no Mundo

De acordo com um relatório conjunto da OMS e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), cerca de 10,3 milhões de casos de sarampo foram registrados globalmente em 2023, marcando um aumento de 20% em relação ao ano anterior. O relatório também destaca que a vacinação insuficiente tem alimentado esse aumento, com 57 países enfrentando surtos significativos da doença em 2023, um aumento de quase 60% em relação aos 36 países que enfrentaram surtos no ano anterior.

Na Europa, a situação é particularmente grave. A OMS estimou que cerca de 306.375 casos de sarampo foram registrados no continente, com um aumento expressivo de casos, de menos de 100.000 para mais de 300.000. A Romênia liderou a lista da União Europeia com mais de 14.000 casos durante esse período, seguidos por Itália, Bélgica, Áustria e França, que também enfrentaram surtos.

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Embora o número de mortes por sarampo tenha diminuído ligeiramente, o relatório revelou que aproximadamente 107.500 pessoas, a maioria crianças menores de cinco anos, morreram devido à doença em 2023. Embora isso represente uma queda de 8% em relação ao ano anterior, a OMS e os CDC alertam que muitas mortes ainda podem ser evitadas com vacinação adequada.

Em 2023, mais de 22 milhões de crianças perderam a primeira dose da vacina contra o sarampo, o que contribuiu para o aumento dos casos. Apenas 74% das crianças receberam a segunda dose recomendada da vacina, muito abaixo da meta necessária para prevenir surtos.

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A OMS e os CDC enfatizam que a melhor forma de proteger as crianças contra o sarampo e evitar sua propagação é a vacinação. Para que surtos sejam evitados, é necessário que pelo menos 95% da população esteja vacinada contra a doença. No entanto, o relatório aponta que a estagnação nas taxas de cobertura vacinal está levando a um aumento nos casos e surtos da doença.

Em resposta à crescente ameaça do sarampo, o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirmou: “A vacina contra o sarampo salvou mais vidas do que qualquer outra vacina nos últimos 50 anos. Para salvar ainda mais vidas e impedir que esse vírus mortal prejudique os mais vulneráveis, devemos investir na imunização de todas as pessoas, independentemente de onde elas vivam.”

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No Reino Unido, os casos de sarampo também estão em ascensão. Desde janeiro de 2024, 2.601 casos confirmados foram registrados na Inglaterra, o maior surto da doença em mais de uma década. Um dos casos fatais foi relatado no primeiro trimestre deste ano. A Autoridade de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA) apontou que o aumento dos casos foi impulsionado por um grande surto em Birmingham no final de 2023.

A vacina MMR (sarampo, caxumba e rubéola), que é administrada em duas doses, é a principal forma de prevenção da doença. No entanto, os números de vacinação estão em um nível mais baixo nos últimos 12 anos, com apenas 84% das crianças recebendo ambas as doses da vacina MMR até os 5 anos, enquanto o ideal seria que essa taxa estivesse acima de 90% para evitar surtos.

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O Brasil recebe no dia 4 de novembro a Comissão Regional de Monitoramento e Verificação da Eliminação do Sarampo, da Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita nas Américas. Esta será a quarta reunião em solo brasileiro do grupo, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para monitorar a situação das doenças no continente. O encontro, em Brasília, deve definir, especificamente, o status brasileiro em relação ao sarampo. 

Em 2016, o país havia sido certificado como livre do sarampo. O registro de diversos casos importados associados a baixas coberturas vacinais, entretanto, levaram a um novo surto da doença em 2018. Desde então, o Brasil busca, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), fortalecer e integrar ações de vigilância epidemiológica, laboratório, vacinação, atenção primária, comunicação e mobilização social e comunitária.

A previsão, de acordo com o Ministério da Saúde, é que a comissão permaneça no país até 6 de novembro. Durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, no Recife, o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, disse estar otimista diante da possibilidade de recertificação do Brasil como área livre do sarampo.

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