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Surtos de cólera foram relatados em 26 países somente este ano, e a taxa média de mortalidade aumentou significativamente, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (30)
“ Após anos de números em declínio, estamos vendo um aumento muito preocupante de surtos de cólera em todo o mundo no ano passado”, disse Philippe Barboza, líder da equipe da OMS para cólera e doenças diarreicas epidêmicas, em uma coletiva de imprensa em Genebra.
Ressaltando que “ os próprios surtos são maiores e mais mortíferos ”, Barboza revelou que a taxa média de letalidade este ano já foi três vezes maior em comparação com cinco anos anteriores.
Ele expressou preocupação com os surtos na Síria, no Chifre da África e em partes da Ásia, em particular no Paquistão, que vem enfrentando inundações devastadoras.
Barboza explicou que “eventos climáticos extremos” , como inundações, ciclones ou secas, tornaram-se uma importante causa de surtos de cólera, juntamente com a pobreza e os conflitos. Ao reduzir ainda mais o acesso à água potável, os desastres naturais criam “um ambiente ideal para a cólera prosperar”, disse o funcionário.
Ele também pediu aos países que “agissem agora” para evitar agravar ainda mais a situação. Como as vacinas contra a cólera não estão facilmente disponíveis, disse Barboza, é importante “encontrar maneiras de envolver mais fabricantes”. A ampliação do acesso a antibióticos e água potável, bem como uma melhor vigilância também são fundamentais na prevenção e combate aos surtos, disse Barboza, observando que a cólera é uma doença “evitável e tratável” .
Suas declarações vieram um dia depois que o Ministério da Saúde sírio declarar que o número de casos de cólera no país devastado pela guerra havia chegado a 426 e que muitas das 33 mortes confirmadas foram causadas pela demora na busca de ajuda médica, explicou o ministério.