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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira que a gigante norte-americana ExxonMobil não vai entrar nas costas do Essequibo, depois que a petrolífera anunciou planos de perfurar dois novos poços na região reivindicada por Caracas, na Guiana.
“Continue acreditando nisso, ouviu, ExxonMobil? Continue acreditando, nós estamos aqui, te esperamos ExxonMobil, quando e onde quiser, mas a ExxonMobil não entra nesse mar a ser delimitado, devem saber disso”, disse Maduro durante seu programa de televisão.
O ditador reagiu ao anúncio do presidente da ExxonMobil na Guiana, Alistair Routledge, que informou sobre os planos da empresa de perfurar em frente às costas do Essequibo, uma região de 160.000 km2 rica em petróleo e minerais.
A Exxon, que já possui o bloco Stabroek na área, busca desenvolver os novos poços de forma “independente” em uma área onde não há infraestrutura, explicou Routledge em 6 de fevereiro.
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, já havia prometido uma resposta “proporcional, contundente e em conformidade com a lei” se a perfuração começasse.
Venezuela e Guiana mantêm uma disputa centenária pelo Essequibo, que se intensificou em 2015 após a descoberta de depósitos de petróleo na área pela Exxon.
E se agravou após a realização de um referendo sobre a soberania desse território em 3 de dezembro passado na Venezuela, que impulsionou a criação de um estado – visto como uma tentativa de anexação por Georgetown – e depois com a chegada de um navio de guerra britânico em águas guianenses, para a qual a Venezuela respondeu mobilizando tropas perto da linha disputada.
Em meio ao temor regional de um conflito iminente, Maduro e seu homólogo da Guiana, Irfaan Ali, se comprometeram a não usar a força.
Na semana passada, um relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington, mostrou fotos de satélite da expansão de uma base militar venezuelana na ilha de Anacoco, localizada exatamente na linha do Essequibo.
A Guiana criticou a ação e disse que havia “inconsistências” na posição da Venezuela.
A Venezuela afirma que o Essequibo lhe pertence desde os tempos coloniais e apela ao diálogo por meio do acordo de Genebra.
Já a Guiana defende que a disputa seja resolvida pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), que atualmente está conduzindo o caso com base em uma sentença assinada em 1899 que estabeleceu as fronteiras atuais.
(Com informações da AFP)