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Uma extensa análise do Departamento de Defesa dos EUA sobre as atividades do governo relacionadas a “fenômenos anômalos não identificados” (UAPs), mais conhecidos como OVNIs, não encontrou nenhuma prova de que inteligência extraterrestre tenha visitado a Terra ou que as autoridades tenham recuperado e escondido naves espaciais alienígenas acidentadas.
A revisão, publicada nesta sexta-feira, abrangeu todos os esforços oficiais de investigação dos EUA desde 1945 até o presente, examinando arquivos governamentais classificados e não classificados.
As conclusões do relatório são inequívocas: “nenhuma investigação [do governo dos EUA], pesquisa patrocinada por acadêmicos ou painel de revisão oficial confirmou que qualquer avistamento representasse tecnologia extraterrestre”.
A maioria dos relatos de OVNIs ou naves espaciais suspeitas geralmente tinham “explicações cotidianas”. Eram “objetos e fenômenos comuns, resultado de uma identificação errônea”, às vezes por parte de testemunhas bem-intencionadas que acreditavam ter visto algo de outro mundo.
É provável que o relatório seja contestado por investigadores independentes, ex-funcionários do governo dos EUA e teóricos da conspiração que acreditam que o governo está ocultando evidências de vida extraterrestre e construiu um conjunto elaborado de programas secretos para realizar engenharia reversa em sua tecnologia. No verão passado, um ex-oficial de inteligência que serviu em um grupo de trabalho do Pentágono gerou manchetes e especulações ao declarar ao Congresso que o governo possui um depósito secreto de cadáveres e naves extraterrestres acidentadas.
O novo relatório, compilado pelo Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO) do Departamento de Defesa, aborda diretamente essas acusações.
“O AARO determinou, com base em todas as informações fornecidas até o momento, que as alegações que envolvem pessoas específicas, locais conhecidos, provas tecnológicas e documentos supostamente envolvidos ou relacionados à engenharia reversa de tecnologia extraterrestre são imprecisas”, afirmou o escritório em seu relatório.
Mesmo antes da publicação do relatório, críticos do AARO questionaram se os investigadores teriam acesso a material altamente classificado. No entanto, a agência idealizou um “processo seguro”, segundo o relatório, trabalhando com agências governamentais para revisar os chamados programas de acesso especial que os entrevistados haviam identificado, seja por seus codinomes ou por suas descrições.
Os investigadores do AARO tiveram “pleno acesso a todos os programas sensíveis relevantes [do governo dos EUA]”, e quando empresas e contratadas foram identificadas, a agência entrevistou executivos de alto nível, cientistas e engenheiros dessas organizações, de acordo com o relatório. Os investigadores tiveram acesso a uma ampla gama de departamentos e agências governamentais, incluindo o Departamento de Defesa e as Forças Armadas, a comunidade de inteligência (incluindo registros sob posse da CIA), o Departamento de Energia, o Departamento de Segurança Interna e os Arquivos Nacionais.
Os investigadores pareciam antecipar que seu trabalho enfrentaria um público cético. Argumentaram que a imaginação e a incompreensão do público sobre visitas extraterrestres foram alimentadas por uma indústria de programas de televisão, livros, filmes e mídias sociais que “repetem as mesmas alegações extravagantes sobre naves espaciais em hangares e corpos alienígenas em porões”.
“Um tema constante na cultura popular envolve uma narrativa particularmente persistente de que o governo dos EUA – ou uma organização secreta dentro dele – recuperou várias naves espaciais extraterrestres e restos biológicos alienígenas… e que conspirou desde a década de 1940 para manter esse esforço escondido do Congresso dos EUA e do público americano”, afirma o relatório.
“A AARO determinou, com base em todas as informações fornecidas até o momento, que as afirmações envolvendo pessoas específicas, locais conhecidos, evidências tecnológicas e documentos supostamente envolvidos ou relacionados com a engenharia reversa de tecnologia extraterrestre são imprecisas”, afirmou a agência em seu relatório.
As conclusões se basearam em uma espécie de jogo de telefone sem fio, no qual rumores sobre programas secretos, muitas vezes baseados em boatos, circulavam entre a comunidade militar e de inteligência.