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Embaixador alemão e diplomatas europeus deixam Haiti em meio à violência

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O embaixador da Alemanha no Haiti, juntamente com outros diplomatas europeus, deixou Porto Príncipe no domingo, em meio à espiral de violência que assola o país caribenho, informou o Ministério das Relações Exteriores em Berlim.

“Devido à situação de segurança muito tensa no Haiti, o embaixador alemão e o representante permanente em Porto Príncipe partiram hoje para a República Dominicana junto com representantes da delegação da UE (União Europeia)”, disse um porta-voz do ministério à AFP.

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Ele indicou que os diplomatas trabalhariam a partir da República Dominicana “até novo aviso”.

EUA evacuam parte do pessoal

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Militares estadunidenses foram enviados a Porto Príncipe durante a noite de sábado para reforçar a segurança da Embaixada dos Estados Unidos no Haiti e evacuar o pessoal não essencial, em um momento em que as gangues armadas transformaram as ruas em campo de batalha.

O objetivo da operação era fortalecer a segurança da embaixada para garantir seu funcionamento contínuo, explicou em comunicado o Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, responsável pelas operações na América Latina.

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Além disso, a operação visava assegurar a saída do país do pessoal não essencial.

A missão foi realizada com uma aeronave militar, da qual não foram fornecidos detalhes, exceto que não havia haitianos a bordo e apenas pessoal que trabalha para o governo dos Estados Unidos foi transportado.

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“Esta transferência aérea de pessoal dentro e fora da embaixada é consistente com nossa prática padrão para reforçar a segurança das embaixadas em todo o mundo”, disse o Comando Sul dos Estados Unidos.

Uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, encarregado da política externa, informou à EFE que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pessoalmente autorizou a missão.

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“O presidente Biden aprovou a operação. Ele foi informado, recebe atualizações de sua equipe e está profundamente preocupado com a situação no Haiti”, disse a porta-voz.

Pelo menos 15.000 deslocados pela violência

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A Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas alertou no domingo que pelo menos 15.000 pessoas foram deslocadas pela violência no Haiti na última semana, elevando para 362.000 o número de haitianos obrigados a fugir de suas casas devido à crise em todo o país, sendo que mais de 160.000 o fizeram em Porto Príncipe.

A OIM mostrou-se, em comunicado, “profundamente preocupada com o surto de violência desde o final de fevereiro”, com uma crise que só agrava a grave situação já existente no país.

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Assim, das 15.000 pessoas deslocadas durante a última semana, a maioria já havia tido que fugir de suas casas anteriormente, com dez pontos de acolhimento tendo que ser esvaziados pelo surto de violência, acrescentando novos traumas às famílias deslocadas, alertou a organização, destacando que essa população necessita de alimentos, cuidados médicos, água, instalações de higiene e apoio psicológico.

“Os haitianos não podem levar uma vida digna. Eles vivem com medo e a cada dia, a cada hora que essa situação persiste, o trauma piora”, afirmou o chefe da OIM para o Haiti, Philippe Branchat, que lembrou que a insegurança está aumentando em todo o país e “as pessoas que vivem na capital estão encurraladas, não têm para onde ir”.

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Branchat insistiu: “As pessoas que fogem não conseguem chegar aos seus familiares e amigos no resto do país em busca de refúgio. A capital está cercada por grupos armados e é perigosa. É uma cidade sitiada”.

No que diz respeito à saúde, a OIM lembrou que o sistema de saúde entrou em colapso, com alguns hospitais atacados ou destruídos pelas gangues, obrigando à evacuação de pessoal e pacientes, o que impede os profissionais de saúde de prestarem até mesmo serviços básicos como apoio psicológico, entre uma população que foi vítima de deslocamentos, estupros ou ataques, aumentando as tendências suicidas.

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Além disso, em todo o Haiti, cerca de 362.000 pessoas estão deslocadas internamente, o que representa um aumento de 15% desde o início do ano, das quais cerca de metade, aproximadamente 180.000, são crianças, “um grupo particularmente vulnerável”, destacou o organismo da ONU, que ressaltou que cada novo deslocamento representa “novos desafios de adaptação”, gerando grande “estresse e ansiedade”.

(Com informações da AFP e EFE)

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