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A China manifestou nesta sexta-feira seu apoio ao regime de Nicolás Maduro diante das eleições presidenciais marcadas para 28 de julho, ignorando as denúncias da comunidade internacional sobre a falta de transparência e garantias democráticas.
“Respeitamos a independência nacional e soberana da Venezuela, apoiamos a Venezuela no avanço das eleições de acordo com sua Constituição e leis”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, à imprensa.
Ele ressaltou que o problema do país reside na “interferência externa” dos Estados Unidos e da comunidade internacional em seus assuntos, chamando-os a adotar “um papel positivo e construtivo”.
Desde o início dos preparativos para as eleições deste ano, o regime venezuelano tem violado suas obrigações. Inicialmente, se recusou a levantar a inabilitação para cargos públicos de María Corina Machado, líder da oposição, e ratificou sua decisão.
Isso levou a Plataforma Unitária Democrática, que reúne a oposição, a buscar outra candidata. A escolhida foi Corina Yoris, uma filósofa do partido que, embora não tenha sido notificada pela Justiça nem envolvida em qualquer causa, não pôde se inscrever no sistema da Comissão Nacional Eleitoral.
Washington criticou esse impedimento, afirmando que “vai contra eleições competitivas e inclusivas que o povo venezuelano e a comunidade internacional considerarão legítimas”. O Departamento de Estado insistiu em eleições “livres e justas” e reiterou que, se não houver resposta favorável, as sanções flexibilizadas serão reimpostas.
Caracas acusou a administração Biden de buscar “desprestigiar” o país e seus processos com suas declarações, além de buscar desculpas para não reconhecer o resultado de julho.
No entanto, ontem, tanto a França quanto seu aliado Brasil se pronunciaram contra o regime de Maduro, deixando-o mais isolado.
Durante sua visita ao país sul-americano, Emmanuel Macron e Lula da Silva rejeitaram o veto à candidatura de Yoris, afirmando que “não tem explicação”.
“Não quero nada melhor nem pior para a Venezuela, quero que as eleições sejam feitas como no Brasil, com a participação de todos. Não tem explicação jurídica nem política proibir um adversário de ser candidato. Todos os adversários devem ser tratados nas mesmas condições”, disse o líder do Partido dos Trabalhadores, enquanto Macron apontou que este cenário é “grave e se deteriorou”, e, portanto, eleições neste contexto “não podem ser consideradas democráticas”.
Após essas declarações, o partido liderado pelo opositor venezuelano Leopoldo López, Voluntad Popular, criticou Maduro, afirmando: “Você está sozinho, nem mesmo seus aliados mais próximos podem defender suas loucuras e ataques ditatoriais. O mundo não vai tolerar outro atropelo à vontade popular”.
Com informações da AFP