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Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) planejam acompanhar o evento organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo, 21, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Ao contrário das expectativas geradas pelo evento anterior na Avenida Paulista em fevereiro, os ministros não preveem que Bolsonaro focalize fortemente ataques à Corte ou relembre intensamente os eventos de 8 de janeiro do ano passado.
No entanto, é esperado que Bolsonaro reitere a ideia de que o país está em risco de se tornar uma ditadura e encoraje os cidadãos a defenderem a democracia. Assim como fez no comício da Avenida Paulista, Bolsonaro está solicitando aos seus seguidores que evitem levar faixas e cartazes com ataques aos ministros do Supremo.
O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores da manifestação, compartilhou um vídeo de Bolsonaro no qual o ex-presidente reafirma que o evento será pacífico em defesa da democracia, sem a presença de cartazes ou faixas com mensagens agressivas. Bolsonaro enfatiza a importância do evento como uma forma de debater o estado democrático de direito.
Um pedido especial de Bolsonaro pic.twitter.com/mibX6xR3Qu
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) April 18, 2024
Desde o início do governo de Bolsonaro, a orla de Copacabana se tornou um local frequentado por seus apoiadores. Bolsonaro realizou a maioria de seus eventos públicos ali e tentou transferir a parada militar de 7 de Setembro da Avenida Getúlio Vargas, onde tradicionalmente ocorre, para a praia. No entanto, essa tentativa não teve sucesso e o desfile não ocorreu.
Embora Bolsonaro não deva deixar de lado a defesa pessoal contra a suposta tentativa de golpe e os pedidos de anistia para os invasores das sedes dos Três Poderes, ele destacará as críticas feitas pelo empresário Elon Musk ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
Musk acusa Moraes de censurar publicações e defende o impeachment do ministro, prometendo publicar em breve ordens de Moraes que, segundo ele, violam as leis brasileiras. Em outra declaração, Musk afirmou que desrespeitaria as ordens judiciais brasileiras.
Musk obteve um relatório elaborado por uma comissão parlamentar nos Estados Unidos intitulado “O ataque à liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”. A comissão é presidida pelo republicano Jim Jordan, conhecido por sua proximidade com o ex-presidente Donald Trump.
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, a assessoria de imprensa do STF afirmou que os documentos reproduzidos no relatório da comissão parlamentar norte-americana não são as decisões fundamentadas que determinaram a remoção de conteúdos ou perfis, mas sim os ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão.
Portanto, é provável que Bolsonaro utilize o tema e o confronto entre Musk e Moraes para motivar seus apoiadores e questionar por que o ministro defende a censura, buscando retirar do ar publicações que ele considera inadequadas.