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ONG aponta aumento na falta de remédios essenciais na Venezuela

(Pixabay)

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A ONG Convite alertou nesta quinta-feira sobre a escassez de medicamentos essenciais na Venezuela, que, segundo suas medições, atingiu 36,9% em março. Este número representou um aumento de 1,1 ponto percentual em relação ao mês anterior, quando estava em 35,8 por cento.

Entre os medicamentos mais escassos estão os destinados ao tratamento da diabetes, seguidos pelos indicados para hipertensão, convulsões, depressão, diarreia e infecções agudas.

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“Pelo menos em dois estabelecimentos farmacêuticos a cada dez visitados, esses medicamentos não foram encontrados”, disse a organização não governamental em seu boletim recente.

Uma tendência semelhante foi observada em fevereiro, quando os “percentuais mais altos” de escassez foram encontrados em remédios para diabetes, infecções respiratórias agudas e convulsões.

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No entanto, a situação não é uniforme em todo o país, pois foi destacado o caso de San Fernando de Apure, capital do estado de Apure, no oeste, e Caracas, capital do país, onde foi evidenciado um abastecimento “comprometido” de medicamentos para tratar essas doenças. Lá, indica a nota, “apesar da ausência de certos medicamentos, os resultados permanecem favoráveis em termos de abastecimento”.

Por outro lado, o governo se encarregou de divulgar seus próprios números, que contrastam um pouco com as medições independentes. A Câmara da Indústria Farmacêutica (Cifar) apresentou em seus relatórios de fevereiro que o mercado farmacêutico venezuelano como um todo teve um crescimento de 48,4% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Além disso, acrescentaram que nos dois primeiros meses de 2024, o setor cresceu 51,9% em relação a janeiro e fevereiro de 2023, passando de 29,06 milhões para 44,16 milhões de medicamentos distribuídos em farmácias em todo o país, embora não tenham especificado para quais patologias em particular se tratava.

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A Venezuela possui um mercado farmacêutico “muito mais robusto” e com uma maior variedade de produtos do que “há seis anos”, o que permite aos pacientes terem “muito mais opções” ao iniciar seus respectivos tratamentos, comemorou o presidente da Cifar, Tito López.

O país caribenho atravessa há anos uma aguda crise política, econômica e social que resultou na escassez de vários produtos básicos, como medicamentos, alimentos e outros de higiene pessoal. Em 2019, quando essas faltas atingiram 80% e a situação se tornou ainda mais complexa, surgiu um mercado paralelo de produtos onde são comercializados a preços muito altos.

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Embora isso permita que os mais ricos tenham acesso a eles de qualquer maneira, cria um novo vazio nos setores de baixo poder aquisitivo, que continuam privados desses recursos.

Estima-se que, em maio passado, cerca de 9,3 milhões de venezuelanos apresentavam algum tipo de problema de saúde e não tinham acesso a medicamentos devido ao baixo poder aquisitivo. Diante dessa falta de recursos econômicos, quase 90% das pessoas no país dependem do sistema de saúde pública, que enfrenta uma “situação de colapso” e representa uma das “faces mais evidentes e claras da crise”.

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“Isso nos fala de uma situação (…) que é difícil, mas também justifica a necessidade de manter nossos programas humanitários”, afirmou a defensora dos direitos humanos durante a apresentação de um balanço do Programa de Resposta Humanitária em Saúde da Ação Solidária.

(Com informações da EFE)

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