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O governo está considerando revisar o leilão de arroz importado e promover a exoneração de servidores públicos envolvidos na organização do pregão eletrônico, conforme informações divulgadas pela CNN.
A situação, que deveria ser uma solução para um possível desabastecimento de arroz no país após enchentes no Rio Grande do Sul, tornou-se um constrangimento para o governo.
Os agricultores do Rio Grande do Sul afirmaram que não havia risco de desabastecimento, portanto, o leilão para importação de arroz não seria necessário.
Além disso, a medida aumentou a tensão entre o agronegócio brasileiro e o governo federal em um momento em que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, estava tentando estreitar essa relação.
Há também suspeitas de fraude no leilão, o que levou a oposição a solicitar uma investigação ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Há duas linhas principais de investigação. A primeira foca na maior arrematante individual do certame, a Wisley A. de Souza, cuja sede é uma pequena loja de queijos em Macapá e que teve seu capital social aumentado de R$ 80 mil para R$ 5 milhões uma semana antes do leilão. Empresários ligados à empresa deram informações contraditórias sobre sua constituição societária.
A segunda linha de investigação envolve Robson França, ex-assessor do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, que atuou como corretor em parte da venda. Fontes do setor indicaram que a comissão de França no negócio pode superar R$ 5 milhões. França é sócio de um filho de Geller em uma empresa no Mato Grosso e trabalhou no gabinete de Geller junto com Thiago dos Santos, diretor de Operações e Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Na noite de segunda-feira (10), fontes do governo e do Congresso indicaram que Neri Geller e Thiago dos Santos estavam em risco de perder seus cargos.