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O aumento do controle do Orçamento pelo Congresso pode ter influenciado as eleições municipais. A diminuição no número de deputados federais que concorrem às prefeituras nos últimos anos está relacionada às emendas parlamentares. A previsão é que o número de congressistas que irão para a campanha em 2024 seja o menor dos últimos anos.
Números: Há 20 anos, 93 parlamentares eram candidatos a prefeituras, enquanto este ano o número não deve chegar a 60. Até agora, há 68 pré-candidatos, indicando uma possível queda até a confirmação na Justiça Eleitoral.
Na Esplanada: neste ano, nenhum dos ministros deve disputar prefeituras. Dos 38 integrantes da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seis são senadores e 11 deputados. Todos devem esperar até 2026 para se candidatar novamente.
Exemplo de sucesso: Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, venceu a eleição para a capital de São Paulo em 2012 após ser ministro da Educação nos governos de Lula e Dilma Rousseff por sete anos. Em 2016, Edinho Silva, ministro de Comunicação Social de Dilma Rousseff, ganhou a prefeitura de Araraquara (SP) e foi reeleito em 2020.
Comentário: “Eleição municipal tem estratégia local, o cálculo do político é específico. Com o orçamento secreto e as ’emendas pix’, o cálculo é que parece mais vantajoso para parlamentares se manter nos atuais cargos por causa da fatia maior desse dinheiro”, afirma o sociólogo e cientista político Aryell Calmon.
Importância: a distribuição de emendas entre municípios aumenta a presença do congressista entre um maior número de eleitores e melhora a capacidade de negociação dos orçamentos. “Ao prefeito cabe apenas a administração dessas emendas. A mudança na distribuição do orçamento serve para explicar o desinteresse dos deputados nas disputas municipais”, conclui Calmon.