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Genética materna tem papel crucial no risco de alzheimer, descobre pesquisa

Imagem: Pixabay

O risco genético de desenvolver a doença de Alzheimer é mais fortemente influenciado pelo lado materno do que pelo lado paterno, conforme descobriu um estudo recente.

A doença de Alzheimer rouba memórias, independência e a capacidade de se conectar com entes queridos. Em 2020, mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com demência. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, representando 60-70% de todos os casos.

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Espera-se que o número de pessoas afetadas pela demência quase dobre a cada 20 anos. Encontrar maneiras de diagnosticar, tratar e até prevenir a demência é mais importante do que nunca. Este estudo recente pode fornecer um alvo útil para pesquisadores que esperam desenvolver novas terapias.

O estudo, publicado no JAMA Neurology, mostrou que pessoas cuja mãe tinha um histórico de perda de memória apresentavam um risco maior de desenvolver a doença de Alzheimer em qualquer idade, em comparação com pessoas com apenas um histórico paterno de perda de memória (ou sem histórico familiar de perda de memória). No entanto, se o pai de uma pessoa tinha perda de memória de início precoce (antes dos 65 anos), ela também apresentava um risco maior de desenvolver Alzheimer.

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O estudo analisou dados de 4.413 pessoas com idades entre 65 e 85 anos que não tinham problemas de função cognitiva ou de memória. O grande tamanho da amostra é uma força chave do estudo, proporcionando uma interpretação mais precisa dos resultados em comparação com pesquisas anteriores. No entanto, é importante notar que não é uma representação completa da população, já que a maioria dos participantes eram brancos, o que significa que os resultados podem diferir em outras etnias.

Os participantes faziam parte do estudo Anti-Amyloid Treatment in Asymptomatic Alzheimer, um ensaio clínico de fase 3 que investiga um medicamento que os pesquisadores esperam que desacelere a progressão dos problemas de memória. A função cognitiva dos participantes foi medida usando perguntas do exame mini-mental state examination, amplamente utilizado.

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A tomografia por emissão de pósitrons (PET) também foi usada para escanear os cérebros dos participantes em busca de marcadores da doença de Alzheimer e determinar seu risco de desenvolvê-la.

Os pesquisadores estavam principalmente procurando pela presença de placas amiloides, que são uma das duas características principais da doença de Alzheimer. Essas placas tóxicas se formam quando pedaços de proteína, chamados beta-amiloide, se agrupam.

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A hipótese é que essas placas amiloides aglomeradas são os principais suspeitos de danificar e matar células cerebrais (neurônios), resultando na doença de Alzheimer. A segunda característica da doença de Alzheimer é a proteína tau, que não foi avaliada neste estudo.

Acredita-se que o acúmulo de beta-amiloide seja um precursor proeminente da doença de Alzheimer, já que as pessoas podem ter níveis elevados de amiloide anos antes de os problemas de memória começarem.

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Os resultados das tomografias PET mostraram que os participantes cuja mãe tinha um histórico de comprometimento da memória (independentemente da idade em que os problemas de memória começaram) apresentavam níveis mais altos de beta-amiloide. Os níveis de amiloide eram significativamente mais altos, em média, naqueles com histórico materno do que paterno de comprometimento da memória.

Participantes cujos pais tinham perda de memória de início precoce (antes dos 65 anos) também apresentavam níveis mais altos de beta-amiloide. Em comparação, participantes que tinham apenas um histórico paterno de comprometimento da memória de início tardio (após os 65 anos) e aqueles que não tinham histórico familiar de perda de memória tinham níveis normais de beta-amiloide.

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A razão para essa ligação não é completamente compreendida.

Uma sugestão dos pesquisadores é a disfunção mitocondrial. As mitocôndrias são estruturas fornecedoras de energia dentro de nossas células. Elas são herdadas apenas do lado materno. As mitocôndrias possuem seu próprio DNA, que pode incluir mutações que as fazem funcionar mal. Pesquisas anteriores já demonstraram que a disfunção mitocondrial está associada à doença de Alzheimer.

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O cérebro é um órgão que consome muita energia, utilizando cerca de 20% da energia do corpo. Portanto, não é surpreendente que a disfunção nas mitocôndrias possa levar a comprometimento cognitivo e, potencialmente, à doença de Alzheimer.

Desenvolvendo tratamentos
Este estudo se baseia em estudos anteriores, menores, que investigaram o papel dos genes na doença de Alzheimer. Como esses estudos tinham tamanhos de amostra pequenos, não tinham poder estatístico para tirar conclusões fortes. O tamanho de amostra muito maior deste estudo permitiu conclusões e reafirmações mais fortes sobre a importância dos genes maternos.

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A mensagem chave do estudo é que o risco de uma pessoa para a doença de Alzheimer pode depender de ela herdá-la da mãe ou do pai, bem como da idade do pai quando a perda de memória começou. Assim, considerar o histórico parental específico de gênero pode ser fundamental para identificar aqueles com maior risco de Alzheimer.

À luz desses achados, os próximos passos poderiam ser determinar se o DNA da mãe — especificamente o próprio cromossomo X — influencia o desenvolvimento da doença. Se isso desempenha um papel, então os pesquisadores podem ter um alvo melhor para o tratamento.

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E, dado que as mitocôndrias são herdadas do lado materno, os pesquisadores também podem querer investigar mais a teoria da disfunção mitocondrial para entender melhor se isso explica por que as pessoas têm maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer se sua mãe teve problemas de memória.

Este estudo recente confirma o papel crítico que os genes desempenham no desenvolvimento da doença de Alzheimer. Mas não é o único fator de risco. Muitos fatores de risco modificáveis, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e má alimentação, também são conhecidos por serem grandes contribuintes para o desenvolvimento da doença.

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