O senador uruguaio Guillermo Domenech é membro do Cabildo Abierto, um partido criado em 2019 que faz parte da ala mais conservadora da coalizão governamental. No Parlamento, ele defendeu algumas de suas posições com base em sua crença em Deus e, em declarações públicas, manifestou-se contra a homossexualidade e a agenda de direitos.
Em entrevista ao programa Fácil Deviarse da FM Del Sol, o legislador foi questionado sobre essa rejeição e acrescentou um novo argumento: “Não sei se o ânus do homem está preparado para ser penetrado”.
Quando questionado sobre sua opinião sobre as discussões sobre questões de gênero, Domenech afirmou que há uma distinção entre homens e mulheres que considera “muito negativa”. “No Uruguai, legalmente, desde o ano 46 não há diferenças entre homens e mulheres. Sim, houve diferenças a nível social”, garantiu.
O legislador foi contra comentários sobre o corpo das mulheres, uma prática antiga que era considerada “legítima”, mas que ele considera “errada”. “Mas daí até gerar um confronto entre homens e mulheres há um longo caminho. E eu não concordo”, disse ele.
Domenech era contra criar “confusão” para as crianças sobre “papéis sexuais”. “Eles precisam amadurecer a consciência sexual; a psicologia sempre disse isso. Crianças não têm consciência do seu sexo aos cinco, seis ou sete anos”, afirmou ele. O comentário surgiu como resposta às “múltiplas queixas dos pais” que consideram “inconveniente” que meninos sejam aconselhados a ir a um centro educativo “vestidos de meninas” e meninas, com roupas masculinas.
“Nascemos homens e mulheres”, observou o legislador. Quando questionado se poderia haver um meio-termo, ele respondeu: “A verdade é que não. Pode haver comportamentos que não se enquadram no padrão. Não preciso promover essas coisas quando a criança tem cinco, seis ou sete anos. Tenho que deixar a criança amadurecer.”
Ele insistiu: “Um é homem ou mulher. Posso acreditar que sou uma mulher ou posso acreditar que sou o Batman. O que é, é; o que não é, não é. O que acontece é que partimos de princípios lógicos diferentes”, declarou, ignorando os repórteres.
“Para mim, não existe mulher trans. Ele é um homem que se veste de mulher. Se fizerem uma autópsia daqui a 5.000 anos ou um estudo genético, descobrirão que ele é homem ou mulher. Uma coisa é o comportamento que tenho, e outra coisa é o que sou. Eu sou o que sou. Agora, posso imaginar mil coisas diferentes: posso acreditar que sou Einstein. Por que tenho que chamar de mulher alguém que se veste de mulher?”, questionou. Quando um dos repórteres lhe disse que deveria fazer isso por educação, Domenech respondeu: “Talvez eu tenha que tratá-lo porque essa pessoa está tendo um problema psiquiátrico.”
Questionado sobre sua opinião sobre a homossexualidade, Domenech fez a diferença. “O homossexual é homossexual e acabou. É problema dele”, respondeu ele. “É um comportamento pessoal do qual discordo e que foi condenado desde Levítico até Romanos I. Aqueles de nós com formação cristã podem dizer que é um comportamento errado. Isso não significa que não respeitamos a pessoa, porque até os mandamentos exigem amar o próximo como a si mesmo”, acrescentou.
“Não sei se o ânus de um homem está pronto para ser penetrado. Acho que não”, disse ele. Domenech baseou seus argumentos contra a homossexualidade na “natureza das coisas” e insistiu: “O ânus do homem não está preparado para ser penetrado.”
Um dos repórteres respondeu que, na natureza, “abunda o sexo homossexual” e o legislador disse que esses casos são excepcionais. “Meu cachorro é um cachorro e parece um cachorro”, comentou.